A quatro dias da eleição, o cenário da disputa presidencial americana permanece indefinido. Diante de um sistema eleitoral bastante peculiar, não é possível sequer apontar um favorito, e as últimas pesquisas mostram um cenário bastante equilibrado entre a candidata democrata Kamala Harris, e o candidato republicano de extrema direita, Donald Trump.
Como há a possibilidade do vencedor no voto popular não ser o mesmo vencedor no voto dos colégios eleitorais, é necessário observar a contagem dos estados pêndulos, que por vezes votam ou nos democratas ou nos republicanos.
De acordo com a constituição americana, cada estado vai ter um número específico de delegados no colégio eleitoral, de acordo com o tamanho da população de cada estado. Para o candidato ser declarado vencedor, ele precisa ter no mínimo 270 dos 538 delegados.
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Nesta sexta-feira, o agregador de pesquisas do jornal New York times posta um empate técnico com um ponto de vantagem para a candidata democrata, com números de 49% a 48% contra Trump. Mas com um ponto numericamente à frente, isso não quer dizer que Kamala está na frente ou é favorita na disputa.
Os últimos levantamentos mostram os candidatos empatados dentro da margem de erro nos sete estados considerados pêndulos, que são os estados de onde devem vir os delegados que vão definir a eleição. Desde a convenção democrata, quando, com a diminuição dos holofotes sobre a campanha de Kamala, o candidato republicano vinha em uma tendência de alta, sua vantagem veio a diminuir meio ponto percentual.
Os últimos levantamos indicam que a Pensilvânia deve ser o estado decisivo para o vencedor do pleito. Considerando o número de delegados em disputa no estado, entretanto, isso também depende dos resultados em outros estados considerados pêndulos.
As pesquisas da última semana mostram o candidato republicano com pouca vantagem, entretanto dentro da margem de erros. Na pesquisa Atlas Intel, da última quinta-feira, 31, Trump aparecia com um ponto percentual à frente de Kamala, porém empatado na margem de erro de dois pontos.
Apesar da expectativa, é justamente a Pensilvânia onde o resultado pode demorar mais a sair. Pelas regras do Estado, as autoridades eleitorais só podem abrir os envelopes com as cédulas de votação por correio, após as 7 horas da manhã do dia da votação, o que pode atrasar a apuração desses votos.
Já em Iowa, estado tradicionalmente republicano, a candidata democrata tomou a dianteira, segundo uma pesquisa do Des Moines Register/Mediacom Iowa divulgada no último sábado, 2. O fator de virada nos levantamentos se deve principalmente às eleitoras mulheres. O ex-presidente Trump venceu no estado em 2016 e em 2020.
Na eleição de 2020, quando Donald Trump enfrentou o atual presidente democrata, Joe Biden, só quatro dias após o fechamento das urnas alguns veículos começaram a projetar sua vitória. Isso se dá pelo sistema pulverizado de votação que tem nos Estados Unidos, diferente do Brasil que conta com a justiça eleitoral para universalização do sistema.