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Papa Francisco com o Brasil: um laço de afeto e simpatia
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Papa Francisco com o Brasil: um laço de afeto e simpatia

Da escolha do nome como papa, às simpáticas brincadeiras com brasileiros, Francisco criou uma relação de carinho com o Brasil que cresceu ao longo do papado
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Papa Francisco chega para a audiência geral semanal em 19 de outubro de 2022 na praça de São Pedro, no Vaticano.
 (Foto: Alberto PIZZOLI/AFP)
Foto: Alberto PIZZOLI/AFP Papa Francisco chega para a audiência geral semanal em 19 de outubro de 2022 na praça de São Pedro, no Vaticano.

A relação do papa Francisco com o Brasil transcende os eventos oficiais e ganha uma dimensão afetiva e simbólica, marcada por gestos de carinho e proximidade com os brasileiros, além de uma profunda conexão com a espiritualidade do País.

A escolha pelo nome

Uma das influências mais marcantes da cultura brasileira na trajetória do pontífice tem relação direta com o seu nome. Jorge Mario Bergoglio, o nome de batismo do papa, foi alterado para Francisco em 2013, pouco após sua eleição ao papado. A escolha não foi apenas uma homenagem ao santo de Assis, mas também uma resposta a uma sugestão direta do cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, com quem Francisco estava durante a eleição. Em uma conversa com a imprensa em 2013, o papa relembrou as palavras de Hummes, que lhe disse: “Não se esqueça dos pobres”. Esse lembrete ficou gravado na sua mente e, ao escolher o nome de Francisco, Bergoglio uniu a mensagem de São Francisco de Assis, defensor dos pobres, com a sua própria missão pastoral.

Cláudio Hummes, que faleceu em julho de 2022 após uma batalha contra o câncer, teve um papel importante na defesa dos direitos dos povos indígenas e dos mais vulneráveis, um tema que também sempre esteve presente nos discursos de Francisco. O pontífice, em um telegrama de pesar, recordou as palavras do cardeal com carinho: "Trago sempre vivas na memória as palavras que dom Cláudio me disse no dia 13 de março de 2013, pedindo-me que não me esquecesse dos pobres".

Visita em 2013

A ligação do papa Francisco com o Brasil foi marcada por sua primeira visita ao País em 2013, quando participou da 28ª Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. O evento, que reuniu cerca de 600 mil jovens peregrinos e quase 3 milhões de fiéis, demonstrou o carinho dos brasileiros pelo novo papa. Durante a visita, Francisco se mostrou acolhedor e simpático, cumprimentando os fiéis com seu estilo simples e afetuoso. Sua fala sempre enfatizava a importância dos pobres e da juventude, pilares de sua missão pastoral.

Papo descontraído e brincadeiras

Mas o vínculo de Francisco com o Brasil não se limita a questões religiosas. Em 2021, o papa teve uma conversa descontraída com o padre João Paulo Souto Victor, de Campina Grande (PB), quando, ao ouvir um pedido de oração, brincou dizendo: “Vocês não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração”. Mais uma vez, o papa demonstrava sua proximidade e simpatia com a cultura brasileira, usando o humor para cativar os fiéis.

Além disso, o pontífice também compartilha uma paixão com muitos brasileiros: o futebol. Francisco, torcedor do San Lorenzo, time argentino, sempre recebeu com alegria presentes simbólicos, como camisas de clubes brasileiros. Sua receptividade às ofertas de camisetas de times do Brasil reforça ainda mais seu carisma e conexão com o povo brasileiro.

Esses momentos ilustram não apenas a proximidade do papa Francisco com o Brasil, mas também a forma como ele se empenha em estreitar os laços com a cultura local, demonstrando afeto e compreensão com as tradições, as alegrias e até as brincadeiras típicas do País. Ao escolher o nome Francisco, ele perpetuou uma conexão profunda com o Brasil, marcada pela simplicidade, pelo cuidado com os mais pobres e, claro, pelo espírito de alegria que é característico da nação.

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