O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de evento em Moscou, capital da Rússia, nesta quinta-feira, 8, ao lado do presidente russo, Vladimir Putin. Lula ficará no país até este sábado, 10, para participar das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, data da assinatura do documento que formalizou o fim das operações militares, navais e aéreas alemãs, em favor dos aliados na Segunda Guerra. Esta é a primeira vez que os pares se encontram desde que Lula voltou para a presidência.
O russo tem um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) e não entrar em países signatários, como o Brasil. Os contatos com Lula vinham acontecendo apenas por meio virtual.
Fotografias divulgadas pela Presidência brasileira mostram Lula e Putin em conversas. Os temas discutidos e o tempo de duração do jantar não foram divulgados. Outras imagens mostram o presidente russo esperando a chegada de Lula e da primeira-dama brasileira, Janja, ao salão. Os homólogos trocaram um abraço e Putin entrega um buquê de flores para Janja.
“Já estou na Rússia para participar das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, que marcou o fim da Segunda Guerra. O dia que define a vitória contra o nazismo. A vinda à Rússia reafirma nosso compromisso com o multilateralismo. Iremos assinar acordos de cooperação em ciência e tecnologia e buscar a ampliação das nossas parcerias comerciais”, declarou o presidente Lula em rede social, ainda na quarta-feira, 7, quando desembarcou no país.
A Segunda Guerra Mundial, que a Rússia chama de "Grande Guerra Patriótica", teve um impacto devastador sobre a antiga União Soviética, onde morreram mais de 20 milhões de pessoas. Putin transformou o dia 9 de maio no principal feriado russo e apresentou seu Exército como um grande combatente contra o fascismo, traçando paralelos entre a ofensiva contra a Ucrânia e a luta contra os nazistas.
A Praça Vermelha de Moscou será o cenário de uma grande parada militar na sexta-feira, 9, da qual vão participar cerca de 30 dirigentes. Há a previsão dos líderes de: Abkházia, Armênia, Belarus, Burkina Faso, Cazaquistão, China, Congo-Brazzaville, Cuba, Eslováquia, Mianmar, Mongólia, Palestina, Quirguistão, República Sprska, Sérvia, Tajiquistão, Turcomenistão, Uzbequistão, Venezuela e Vietnã.
A previsão encontro com Lula era de ser uma "oportunidade para uma conversa" sobre a Ucrânia, após as tentativas infrutíferas do presidente brasileiro para impulsionar um plano alternativo de paz em conjunto com a China, segundo diplomatas brasileiros.
A reunião ocorre em um momento de aparente estagnação nos esforços para pôr fim às hostilidades na Ucrânia e em plena guerra comercial entre Washington e Pequim. O chefe do Kremlin rejeitou uma trégua de 30 dias proposta por Kiev e anunciou em seu lugar um cessar-fogo unilateral de quinta a sábado, descartado pela Ucrânia. (Com Agência Gov, Agência Sputinik e AFP)