Logo O POVO+
Wladimir d'Alva: Legalização das drogas, um não que precisa ser dito
Opinião

Wladimir d'Alva: Legalização das drogas, um não que precisa ser dito

A licitude não necessariamente eliminaria o mercado negro, e criminosos podem continuar a se envolver na produção e venda de drogas não regulamentadas
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Foto do Articulista

Wladimir D'Alva

A discussão sobre a legalização das drogas para consumo no Brasil tem sido um tema recorrente. Embora haja argumentos a favor dessa medida, é crucial considerar as implicações profundas e potencialmente prejudiciais que essa política poderia ter em nossa sociedade.

A pauta vem sendo discutida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o julgamento sobre o tema. O julgamento foi interrompido devido a requerimento de vistas do ministro Toffoli. Anterior à suspensão, o placar estava fixado em 5 votos a 3 para a descriminalização, em relação apenas ao porte de maconha para uso pessoal, tendo os ministros Mendes, Fachin, Barroso, Morais e Weber votado favoravelmente à descriminalização, ao passo que Zanin, Nunes Marques e Mendonça tiveram votação contra.

É essencial reconhecer os graves impactos que o consumo de drogas têm sobre a saúde pública e o bem-estar individual. Esta legalização poderia normalizar e até incentivar o uso indiscriminado de drogas, aumentando os problemas de dependência, overdoses e danos à saúde mental e física. A disponibilidade generalizada de drogas poderia aumentar o consumo entre os jovens, que são especialmente vulneráveis aos efeitos dessas substâncias.

Além das questões de saúde, a legalização também poderia agravar problemas sociais já existentes. A indústria das drogas é frequentemente associada à violência e outras atividades criminosas, que poderiam se intensificar com a expansão do mercado legal. A licitude não necessariamente eliminaria o mercado negro, e criminosos podem continuar a se envolver na produção e venda de drogas não regulamentadas, aproveitando-se de áreas cinzentas na legislação, como ocorre em outras atividades ilícitas.

Tal política poderia minar os esforços de prevenção e educação sobre os riscos do uso de drogas. A mensagem enviada pela legalização pode ser interpretada como uma aceitação tácita do uso de drogas, prejudicando os esforços para dissuadir as pessoas ao consumo de entorpecentes. Eventual flexibilização apresenta uma série de desafios e consequências potencialmente negativas que não devem
ser subestimadas.

Embora seja importante explorar abordagens alternativas para lidar com o problema das drogas, a legalização não é a solução. É fundamental investir em políticas de prevenção, tratamento e reabilitação, juntamente com esforços contínuos para combater o tráfico e reduzir as causas subjacentes do uso de drogas. n

 

O que você achou desse conteúdo?