Sou nordestino, especificamente da chuva torrencial, terra da luz. Terra agraciada pelos antecedentes ilustres José de Alencar, Raquel de Queiroz, Patativa e outros tantos.
O Ceará que é meu, onde a luz brilhou e trouxe libertação para as mentes que foram iluminadas pela metanóia, transformando pensamentos e sentimentos aprisionados para uma nova vivência. Não seria Siara, mas Ceará, com uma tonicidade oxítona, referenciando força, poder, assim como a capital que tem, Fortaleza.
Queria ter sido membro da Padaria Espiritual, no entanto, sou membro do Estado do Ceará, o que demasiadamente me encanta, como os coqueiros, palmeiras e carnaubeiras e me orgulha como Iracema, As Três Marias e a Terra é Nossa. Inevitavelmente como Martim Soares Moreno em seu Relato aos Cearenses, assim também o faço. Ao Leste do Estado, pinto no Morro Branco, conserto a Canoa Quebrada e banho-me nas Águas Belas. Indo para o oeste posso contemplar as Praias de Cumbuco, Jericoacoara, Flecheiras....
Aqui no Ceará, canelau, chei dos pau, não importa o magote, todos podem usufruir de um bom banho de mar e saborear uma moqueca, carne do sol, baião, cuscuz e uma caranguejada. O Ceará que é meu tem belezas encantadoras, povo hospitaleiro que mistura a culinária com mar e sertão. É o povo que acorda cedo, que luta, trabalha, chora, ri e não esmorece. É igualmente ao Forte Schoonenborch, sempre preparado para a batalha.
Com uma cultura fecunda, o Ceará é consolidado como terra do humor e do forró, além da literatura e culinária. Nota-se, portanto, que ter a cabeça chata não se resume em nossa única característica, somos muito mais que isso, precisamos também ter um sorriso no rosto, um remelexo, uma leitura crítica, um paladar apurado, isso é coisa nossa!!
Subestimar o cabeça chata é desconhecer o que o cearense tem no seu interior; os melhores conteúdos, pensamentos, ideias e aconchego... é pau para toda obra.
Então, acunha e não fica abirobado
O cearense é o povo que vaia o sol, mas também aplaude a chuva que o agricultor tanto anseia. Um povo que prospera e se alegra com a prosperidade do outro. Outrossim, é o povo que arma a rede na varanda e te convida para descansar.