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O verdadeiro líder institucional
Opinião

O verdadeiro líder institucional

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Emmanuel Furtado, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, professor da Faculdade de Direito da UFC (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Emmanuel Furtado, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, professor da Faculdade de Direito da UFC

Nicolau Maquiavel, em sua obra "O Príncipe", dá admoestações de como deve se portar um regente para o êxito de seu reinado. Foi tão criterioso nos conselhos que a expressão "maquiavélico" passou a soar como algo negativo, perverso. Mas, ao se examinar com olhar equidistante, muitas das reflexões e recomendações do filósofo italiano de Florença são positivas e benfazejas para a boa administração de qualquer gestor.

Cito, sem pretender replicar o renascentista, que o verdadeiro líder institucional deve, antes de tudo, saber qual a finalidade precípua da instituição que comanda, a sua missão, para criar as estruturas materiais e pessoais para a consecução do fim almejado.

Assessorar-se de pessoas capacitadas e comprometidas com a finalidade da instituição deve ser o primeiro passo. Pelo compromisso que devem ter, tais assessores jamais aconselharão o gestor a tomar decisões que firam a impessoalidade, que deverá imperar no ambiente gerido, pois tal postura oblíqua propiciaria o privilégio de alguns em prejuízo da finalidade institucional.

Também há de se distanciar de bajuladores, que só sabem rasgar elogios, mas não têm coragem de dizer a verdade necessária, a fim de que o gestor não se afaste do reto caminho.

O bom gestor há de ter pulso e coragem para tomar decisões direcionadas à razão de existir da instituição, ainda que possa desagradar a determinado grupo de pessoas, muitas vezes intocáveis e preocupadas apenas com a preservação de interesses pessoais ou de grupo.

O verdadeiro líder tem plena noção de seu poder e não permite que antecessores no posto, que nunca querem largar o osso, pretendam gerir em seu lugar. Há de ter noção de que liderança e poder são passageiros, jamais se deixando picar pela mosca azul da vaidade, muito menos subestimando a inteligência dos liderados, ou praticando qualquer ato de assédio, pois tal desiderato há de ser alcançado por postura democrática e de convencimento pela palavra e pelo exemplo. Estando sempre alerta, alcançará a plena finalidade da instituição e de seus verdadeiros destinatários. Esse é o verdadeiro líder. n

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