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A rica biodiversidade do bioma caatinga
Opinião

A rica biodiversidade do bioma caatinga

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Otávio Fernandes. Assistente de comunicação da Associação Caatinga e membro do Conselho de Jovens Leitores do O Povo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Otávio Fernandes. Assistente de comunicação da Associação Caatinga e membro do Conselho de Jovens Leitores do O Povo.

Em 28 de abril, o Brasil comemora o Dia Nacional da Caatinga, único bioma 100% brasileiro. A caatinga ocupa cerca de 10,1% do território nacional, é a vegetação que predomina no Nordeste do nosso país e está inserida no contexto do clima semiárido. Vale a pena destacar que, de todos os estados em que ocorre a caatinga, o Ceará é o que possui maior parte do seu território formado por esse bioma.

Os povos indígenas, primeiros habitantes da região, chamavam-na assim porque, na estação seca, a maioria das plantas perde as folhas, prevalecendo na paisagem a aparência clara e esbranquiçada dos troncos das árvores. Daí o nome caatinga (caa: mata e tinga: branca), que significa "mata ou floresta branca" no tupi-guarani.

Com uma biodiversidade única, a caatinga abriga diversas espécies únicas de fauna e flora. Somente de plantas, por exemplo, são 4.974 espécies registradas, muitas das quais são endêmicas, ou seja, ocorrem apenas nessa região.

A maioria dessas plantas tem um sistema complexo de raízes que, muitas vezes, são maiores que os galhos da própria copa. O seu desenvolvimento se justifica pelas raízes tuberosas, que armazenam grande quantidade de água e nutrientes, especialmente o amido, possibilitando que a planta sobreviva ao período seco. Algumas espécies também conseguem fazer esse armazenamento no próprio caule.

Os animais também sofreram adaptações para superar a estiagem. Um exemplo são os peixes. A caatinga conta com 386 espécies, com cerca de 203 endêmicas. Dessas, 25 conseguem adiar a postura dos ovos para o período chuvoso.

Precisamos aproveitar a data para destacar a fragilidade da região. Segundo um levantamento apresentado pelo MapBiomas, o desmatamento na caatinga cresceu 70% em apenas um ano, de 2020 para 2021. É preciso mostrar para a sociedade o estado de ameaça e a necessidade de preservar essa região.

Afinal, a caatinga é a floresta que é a cara do Brasil, uma mistura entre pluralidade e resiliência. Valorizar esse tesouro nacional é indispensável para garantir uma sociedade que enalteça o semiárido pelo que ele realmente é, para além de preconceitos atrasados. n

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