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Encontro com Ayrton Senna
Opinião

Encontro com Ayrton Senna

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Rodrigo Pereira. Administrador de empresas, cientista político e radialista.
 (Foto: UMBRA)
Foto: UMBRA Rodrigo Pereira. Administrador de empresas, cientista político e radialista.

Neste ano completam-se 30 anos de um momento inesquecível em minha vida. Eu, apaixonado por esporte, estive cara a cara com um dos meus grandes ídolos: Ayrton Senna da Silva, lenda do automobilismo mundial. No dia 28 de março de 1993, um domingo chuvoso, cheguei ao Autódromo de Interlagos (SP) e fui recepcionado por uma modelo simpática chamada Adriane, que me entregou a programação do dia, iniciando por uma visita aos boxes, em que pude ver de perto as equipes realizando os últimos ajustes nos carros.

Nesta caminhada, dei de cara com um ilustre conterrâneo cearense, um dos grandes nomes da televisão brasileira, José Wilker. Cumprimentei-o e na conversa ele lamentou que há um bom tempo não visitava o nosso Ceará e juntos seguimos. Ao terminar, retornei para o camarote, sendo recebido novamente por Adriane e, em um certo momento, ao olhar para o lado, quem estava se aproximando era Ayrton Senna. Chegou, nos cumprimentou e falou que estava se sentindo muito bem, que estava muito confiante para uma grande vitória.

Na oportunidade, perguntei: "Ayrton, dá para ganhar do Prost"? Com muita serenidade e vibração, ele respondeu: "Se depender de carro, eu já perdi a corrida, mas entre o carro e o piloto tem isso aqui (batendo no braço), e aqui eu ganho dele". Em seguida, bateu no peito e disse: "Vamos para a vitória". Neste momento todos os presentes ficaram contagiados com tamanha energia e vibração que o Ayrton nos passou.

O que era para ser um passeio de Alain Prost na Williams, carro muito superior à McLaren de Senna, virou um baile de Senna na chuva até a épica vitória. Logo após Senna receber a bandeirada, diante de mim Senna parou a sua McLaren na reta oposta, com o público invadindo a pista e cercando o carro. E logo vi Senna sendo carregado pelo povo, voltando para os boxes em carona no safety car. Contagiado, presenciei Ayrton recebendo o troféu das mãos do pentacampeão Juan Manuel Fangio, seu grande amigo. No pódio vi outra lenda do automobilismo mundial, Michael Schumacher, no terceiro lugar.

Após a vitória, foi oferecida uma comemoração com a presença de Senna, na qual conheceu a modelo Adriane, que ganhou notoriedade e passou a ser a famosa Adriane Galisteu. Tudo isso faz parte da história, para lembrar que agora em maio se completam 30 anos do fatídico acidente em Ímola, na Itália, que tirou precocemente a vida de uma das lendas do automobilismo mundial. n

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