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Samuel Costa Melo: Hino ou Música?
Opinião

Samuel Costa Melo: Hino ou Música?

Em um mundo onde a música é uma voz poderosa, que fala sobre uma infinidade de temas, é crucial que os cristãos compreendam a distinção entre uma música que celebra a divindade e aquela que se concentra excessivamente no indivíduo
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Samuel Costa Melo

Quem é evangélico comumente chama música gospel de "hino". Ora, se a palavra significa "cântico de louvor a Deus", o termo está correto. Mas, como alguém que sempre consumiu desse gênero, uma questão tem me incomodado. Observo letras no contexto da música cristã que mais ecoam os desejos do ego humano do que propriamente adoram. Logo me questiono: estamos ouvindo/louvando "hinos" ou simplesmente "música"?

Em um mundo onde a música é uma voz poderosa, que fala sobre uma infinidade de temas, é crucial que os cristãos compreendam a distinção entre uma música que celebra a divindade e aquela que se concentra excessivamente no indivíduo.

A música cristã desempenha um papel importantíssimo para a fé. Servindo como um veículo de louvor, adoração e expressão espiritual. Os hinos tradicionais, muitas vezes compostos com base em textos bíblicos, e inspirados pelo Espírito Santo, são projetados para elevar o nome de Deus. Eles nos levam a contemplar a grandeza e a bondade divina, nos dando um senso de reverência e humildade.

Por outro lado, muitas músicas contemporâneas do gospel têm letras que se concentram mais nas experiências e desejos pessoais do que na exaltação do Criador. Em linguajar mais popular: profetadas. Embora essas músicas possam ter melodias cativantes e letras emocionantes, muitas vezes carecem de profundidade espiritual. Em vez de conduzir os ouvintes à adoração, elas podem alimentar o ego humano e promover uma perspectiva individualista da fé. São muitos os exemplos de letras, onde observo que basicamente colocam Deus numa condição de secretário ou mordomo, "que faz o que quero na hora que quero" ou "com apologia à vingança". Não é bem assim.

A música é uma ferramenta poderosa para comunicar mensagens e expressar emoções. Isso é fato. Há letras que denunciam a corrupção, desigualdade social e muitos outros temas. O problema não está nisso, mas no ato de se levar algumas dessas músicas para o altar.

Como membros da comunidade cristã precisamos ser mais seletivos em relação à música que consumimos e promovemos em nossos cultos e devocionais. Devemos escolher canções que nos ajudem a crescer espiritualmente, que nos conduzam à contemplação e à comunhão com o divino. Como diria um certo pastor: "Hino é hino".

 

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