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Maternidades
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Neivia Justa, jornalista, empreendedora, palestrante, mentora, professora, fundadora e líder da JustaCausa, com 30 anos de experiência como líder de Comunicação, Cultura, Diversidade, Equidade e Inclusão em empresas como Natura, GE, Goodyear e J&J. Criadora do programa #LíderComNeivia e dos movimentos #OndeEstãoAsMulheres e #AquiEstãoAsMulheres, foi a vencedora do Troféu Mulher Imprensa e do Prêmio Aberje 2017 e, em 2018, foi eleita uma das Top Voices do Linkedin Brasil.

Maternidades

A jornada da criança impacta toda a família - pai, mãe, irmão e irmã adolescentes. Especialmente a mãe, que não enxergava a identidade da filha, apesar de suas explícitas manifestações verbais e comportamentais.
Maximiliano Ponte, médico-psiquiatra, pesquisador da Fiocruz
 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Maximiliano Ponte, médico-psiquiatra, pesquisador da Fiocruz

Cá estamos nós em maio, o mês em que lembramos que as mães existem. A julgar pelas campanhas publicitárias desta temporada de 2024, é lamentável ver o quão pouco avançamos na forma como enxergamos a maternidade. À exceção da inovação de abordagem proposta pelo Boticário, seguimos com aquela velha comunicação clichê da mãe "comercial de margarina".

Onde estão as outras mães? Por que seguimos reduzindo o universo do "maternar" à representação de uma única realidade? O que nos leva a não retratar as diversas maternidades existentes? Onde estão as mães solo? As mães atípicas, das pessoas com deficiência? As mães homoafetivas? As mães adotivas? As mães 40, 50 ? As mães trans? As mães das pessoas trans?

Você conhece ou convive com alguma delas, de realidades diferentes da sua? Ou segue existindo e vendo o mundo a partir da sua bolha, da sua tribo e das suas crenças limitantes? Recentemente vivi a experiência de entrevistar uma amiga, mãe de uma pessoa trans.

Eu conheço e já entrevistei diversas pessoas trans, mas essa foi a primeira vez em que pude escutar e entender a realidade e os desafios enfrentados por uma mãe que acompanha e apoia o processo de transição de gênero daquela pessoa tão incondicionalmente amada que ela trouxe ao mundo.

Lembrei dessa entrevista recentemente quando assisti ao filme "20.000 espécies de abelhas", drama da diretora espanhola Estibaliz Urresola Solaguren que conta a história de Aitor, uma criança de 6 anos que se enxerga e se apresenta ao mundo como uma menina, e quer ser tratada como tal.

Tendo de lidar com o bullying na escola e uma certa "miopia" da família, com a chegada das férias de verão ela tem a oportunidade de explorar sua feminilidade e fortalecer sua identidade de menina junto a mulheres de sua família.

A jornada da criança impacta toda a família - pai, mãe, irmão e irmã adolescentes. Especialmente a mãe, que não enxergava a identidade da filha, apesar de suas explícitas manifestações verbais e comportamentais. Ao afirmar-se uma menina, Lucia vê o amor de sua mãe se transformar em força e coragem para desconstruir todo tipo de preconceito que elas enfrentarão juntas.

Essa é apenas uma das maternidades. Feliz dia de todas as mães. 

 

Foto do Neivia Justa

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