Querido diário, quanto tempo, né?
Pois é, ando muito ocupada ultimamente, procurando refletir sobre tudo o que tem acontecido na minha vida.
Deixa eu começar do começo: eu sempre quis ser mãe, mas vivia pedindo a Deus para ter filhos saudáveis, que não tivessem nenhum tipo de deficiência ou síndrome. Nem tanto por preconceito - que a gente insiste em dizer que não tem - mas porque eu não me achava capaz de cuidar de uma criança "atípica".
Aos 10 anos de idade, meu filho foi diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (o famoso TDAH) e o Transtorno Opositor Desafiador (o não tão conhecido TOD), com indicação de medicação e acompanhamento de uma série de profissionais e terapeutas.
Confesso que essa questão do remédio me deixou preocupada com possíveis efeitos colaterais (lá vem o preconceito de novo!) e, quando informei as novidades ao pai, a reação dele foi ainda pior: "meu filho não tem nada, não precisa tomar remédio nenhum, de terapia nenhuma, é tudo culpa sua, por ter se separado de mim e não ter dado limites a ele!". É, meu caro diário, ouvir isso foi mais doloroso que o diagnóstico do neurologista, afinal, temos tratamento para esses transtornos, já para a ignorância humana é mais complicado…
E aqui estou, estudando, buscando informações sobre como lidar com as questões relacionadas ao meu filhote, para que ele possa superar as dificuldades e se desenvolver da maneira mais saudável possível. E sim, eu sou capaz de cuidar dele em qualquer circunstância, tendo como aliados o amor e o conhecimento.
Por hoje é só, vou cuidar aqui. Até a próxima.
Beijos de mãe.