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Marcela Vila Nova: Além do eu: força feminina na advocacia pública
Opinião

Marcela Vila Nova: Além do eu: força feminina na advocacia pública

Com a chegada da maternidade aprendi a ter que me libertar das minhas vontades. É como ter um profundo desejo de uma noite de sono ininterrupta e passar anos acordando várias vezes para confortar um filho
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Marcela Vila Nova

Como mulher e procuradora do Município de Fortaleza, o mês de março trouxe três datas significativas. Dia nacional da advocacia pública, 7. Dia internacional da mulher, 8. Dia do procurador do Município de Fortaleza, 16.

Neste período, muito se tem falado sobre as conquistas das mulheres. Mas, e afinal, o que o advogado público faz? Realiza a representação judicial e a assessoria jurídica da União, do Estado ou do Município, visando o interesse público. Enquanto servidor, o procurador deve servir à sociedade, especificamente para garantir a implementação de políticas públicas, orientar os gestores a atuarem dentro da legalidade, negociar dívidas tributárias, promover a defesa e proteção dos bens públicos, entre outras atividades.

Em um contexto amplo, essas datas e seus significados se misturam, pois a missão de servir ressoa com a essência feminina. Com a chegada da maternidade (para mim, o evento mais impactante e transformador na vida da mulher), aprendi a ter que me libertar das minhas vontades. É como ter um profundo desejo de uma noite de sono ininterrupta e passar anos acordando várias vezes para confortar um filho. Ao invés de só reclamar da situação, busco encontrar felicidade no ato de servir e cuidar. Talvez essa seja a independência mais valiosa e difícil de conquistar: ser livre das próprias vontades. Por quê? Porque exige um desapego do ego. Na sociedade em que vivemos (1º eu, 2º eu, 3º eu), é crucial a transição do "eu" para o "nós", para a generosidade. Envolve um movimento para o coletivismo, onde as decisões são tomadas em benefício dos outros, por vezes exigindo sacrifícios pessoais.

Ao longo do caminho, as habilidades que as mulheres costumam desenvolver (sensibilidade, resiliência, comunicação respeitosa, multifoco) mostram-se fundamentais na interação com gestores públicos e a sociedade. Enquanto os homens trazem suas próprias habilidades valiosas, é vital que as procuradorias fomentem a diversidade nas equipes.

A visão e experiência únicas das mulheres podem ser catalisadoras de um serviço público de excelência, focado no bem-estar coletivo.

 

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