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Eduardo Girão: Sem luz no fim do túnel?
Opinião

Eduardo Girão: Sem luz no fim do túnel?

O presidente da CPI, na Assembleia, deputado Fernando Santana, figura como intermediador junto a Enel de uma doação de 1 milhão de reais ao município de Barbalha, com o objetivo de financiar uma festa junina
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Eduardo Girão

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Enquanto cabeças literalmente rolam nos corredores dos hospitais e facções desfilam armadas "até os dentes" diante da covardia de parlamentares aliados ao governo petista cearense, nos "iluminados" corredores da Assembleia Legislativa, deputados que deveriam confrontar a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia do Estado, voltam as costas para a população e tentam descaradamente patrocínios milionários, "justamente" de quem eles deveriam investigar. Conflito de interesse mais flagrante eu nuca vi.

A ENEL carrega o obscuro título de campeã em reclamações, que vão desde a falta de energia até cobranças irregulares e, por isso, já foi multada 11 vezes, totalizando a exorbitante quantia de 85 milhões de reais. Eu mesmo já trouxe o Senado Federal até Fortaleza há dois anos, para debater com meus conterrâneos sobre esse descaso da Enel.

Agora o mais grave, depois de tantas crises, finalmente foi instalada uma CPI na Assembleia Legislativa. No entanto, o presidente da Comissão, deputado Fernando Santana, figura como intermediador junto a Enel de uma doação de 1 milhão de reais ao município de Barbalha, com o objetivo de financiar uma festa junina.

Em um outro extremo, vemos a escalada descontrolada da violência na "Terra da Luz". E não falo de furtos e roubos que ocorrem aos milhares enquanto a população fica acuada. Falo da matança impune que faz escorrer sangue das vítimas pelas ruas sombrias de Fortaleza, a 2ª cidade mais violenta do Brasil e a 9ª com mais assassinatos do mundo (Fontes: Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal e World Índex).

O crime de morte, antes justificado pelo fato das pessoas assassinadas estarem ligadas às facções criminosas que tomaram o Ceará pela fraqueza da oligarquia política do PT e PDT, agora é cometido por pessoas tidas como comuns e até em hospitais. Foi o que o fortalezense assistiu atônito, no mês passado, nas dependências do maior hospital de emergência do Ceará.

Enquanto isso, descansa na gaveta do presidente da Assembleia, deputado Evandro Leitão, a CPI do crime organizado. Nesse caso, Evandro justifica a sua omissão por temer a ação das facções contra ele e a sua família. Só espero que, semelhantemente ao seu aliado que se socorreu financeiramente com quem deveria investigar, o presidente da Assembleia não busque associação eleitoral com o crime que deveria ser enfrentado.

Paz & Bem.

 

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