Em meio aos desastres provocados pelas chuvas no Rio Grande do Sul, o Brasil assiste a uma imensa onda de solidariedade de norte a sul do país. A mobilização de voluntários parece não encontrar barreiras geográficas: desde a contribuição direta nos resgates dos sobreviventes até o envio contínuo de mantimentos (alimentos, remédios, agasalhos) as doações não cessam.
As escolas de Porto Alegre viraram abrigos temporários e centros de distribuição, onde cada sala de aula conta uma história de desprendimento material e compaixão. Nos hospitais, em que pese a superlotação, as equipes de profissionais têm desempenhado grandes esforços para garantir um mínimo de qualidade no atendimento às regiões castigadas pelas chuvas. Campanhas de pix atravessam as cinco regiões do país. Fluxo de profissionais de saúde até o Sul do Brasil são reportados em telejornais. Nos últimos dias um vídeo que mostra um grupo de voluntários com água até o pescoço quando puxavam um barco para resgatar pessoas ilhadas na cidade de Canoas causou comoção.
O resgate do cavalo apelidado carinhosamente como Caramelo foi acompanhado minuto a minuto por milhares de olhares. É inegável: a onda de solidariedade é testemunhada dia após dia. Além de doações e voluntários advindos de todas as regiões do país, brasileiros que moram no exterior também vêm se mobilizando. Iniciativa privada e autoridades públicas estão empenhadas na adoção de medidas favoráveis ao povo gaúcho. Um reflexo dessa solidariedade foi o recente pronunciamento da Receita Federal anunciando que as doações serão isentas de impostos. E não é para menos: o Rio Grande do Sul enfrenta a maior calamidade climática de sua história, com mais de um milhão e meio de gaúchos sendo afetados por enchentes que deixaram centenas de cidades debaixo, além de muitos mortos, desaparecidos e desabrigados.
E a onda de solidariedade não precisa ter limitação: somente com a cooperação de uma comunidade ativa será possível enfrentar desafios como os que o Rio Grande do Sul tem enfrentado.