Logo O POVO+
Henrique Garcia Ferreira de Souza: O impacto das mudanças climáticas bateu em nossa porta!
Opinião

Henrique Garcia Ferreira de Souza: O impacto das mudanças climáticas bateu em nossa porta!

Esses eventos não podem mais ser ignorados ou tratados como problemas distantes. Eles são um lembrete contundente de que a crise climática está entre nós e exige uma resposta urgente e coordenada em níveis local, regional, nacional e global
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Henrique Garcia Ferreira de Souza. Vice-Presidente do Instituto do Meio Ambiente de Caucaia (IMAC). (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Henrique Garcia Ferreira de Souza. Vice-Presidente do Instituto do Meio Ambiente de Caucaia (IMAC).

A crescente incidência de eventos climáticos extremos tem se tornado uma preocupação global cada vez mais urgente. Das ameaças iminentes enfrentadas pelas ilhas Kiribati, onde a elevação do nível do mar coloca em risco a vida de mais de 100 mil pessoas, à marcante realidade do ano de 2023, que entrou para os registros como o mais quente já registrado, os impactos das mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais palpáveis e próximos.

Anteriormente, essas notícias poderiam parecer distantes, algo que acontecia em um conjunto remoto de ilhas no meio do Oceano Pacífico, ou apenas um dado reportado pela imprensa sobre as crescentes temperaturas em todo o globo. No entanto, à medida que esses eventos se intensificam e se tornam mais frequentes, é evidente que a crise climática não conhece fronteiras geográficas.

Em outubro de 2023, uma seca histórica assolou o rio Amazonas, exacerbada pelo calor extremo e pelos incêndios florestais, colocando em risco não apenas a saúde e a segurança alimentar, mas também o desenvolvimento econômico de toda a região e do Brasil como um todo. Agora, testemunhamos uma nova tragédia climática atingindo o Rio Grande do Sul. As chuvas extremas já castigaram mais de 400 municípios gaúchos, afetando diretamente a vida de mais de 2 milhões de pessoas.

Segundo o Relatório de Avaliação Global de Desastres Naturais de 2022 (Global Natural Disaster Assessment Report, 2022, p. 1), apenas no decorrer do ano de 2022, cerca de 185 milhões de pessoas foram afetadas por eventos climáticos extremos, acarretando prejuízos econômicos estimados em aproximadamente 223 bilhões de dólares.

Esses eventos não podem mais ser ignorados ou tratados como problemas distantes. Eles são um lembrete contundente de que a crise climática está entre nós e exige uma resposta urgente e coordenada em níveis local, regional, nacional e global. A adaptação e a mitigação devem ser prioridades máximas em nossas agendas políticas e sociais, se quisermos proteger nosso planeta e assegurar um futuro sustentável para as futuras gerações. Até quando continuaremos negando as evidências?

 

O que você achou desse conteúdo?