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César Barreira: Recorrentes desafios da segurança pública
Opinião

César Barreira: Recorrentes desafios da segurança pública

É fato que vivemos momentos delicados e preocupantes na área da segurança pública no Ceará. As altas taxas de homicídios, a sensação de insegurança e a violência não são recentes e já varam décadas, com altos e baixos
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César Barreira, sociólogo e professor titular UFC (Foto: Divulgação )
Foto: Divulgação César Barreira, sociólogo e professor titular UFC

Recentemente ocorreram mudanças no comando de algumas secretarias do Governo do Estado do Ceará, incluindo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social. Entre as instituições que integram a vida social, a área de segurança pública pode ser considerada uma das mais vulneráveis. As práticas de controle e vigilância marcam o Brasil em sua totalidade, podendo aí incluírem-se também vários países da América Latina e América Central.

É fato que vivemos momentos delicados e preocupantes na área da segurança pública no Ceará. As altas taxas de homicídios, a sensação de insegurança e a violência não são recentes e já varam décadas, com altos e baixos, configurando movimentos de gangorra que dificultam afirmar decisivamente o rumo das tendências a longo prazo.

As taxas de homicídio e violência geram indignação e busca de alternativas. Estudos sociológicos comprovam que o aumento da sensação de insegurança presente na nossa sociedade tem sido bastante nocivo para a constituição de uma vida social baseada em trocas dignas de um processo civilizador. Em nossas pesquisas temos ressaltado a necessidade de aliar prevenção e incorporação de práticas exitosas de controle em micro e macro espacialidades. Um abraço interinstitucional torna-se também necessário para pensar nesse problema de alta magnitude que suscita respostas mais imediatas.

Importa enfatizar a necessidade de diálogo e aproximação de instituições de controle com as universidades e laboratórios de pesquisa que trabalham com a temática da violência e da segurança pública, considerando-se a complexidade da questão que vem atravessando gerações. Ressalta-se, assim, a demanda de uma política de segurança pública com ênfase na prevenção, no reforço aos serviços de inteligência e maior presença do Estado nos territórios. Supondo-se que a violência é um fenômeno que se liga à educação, cultura e cidadania importa pensar vínculos orgânicos entre secretarias do governo, além de investimentos na formação de operadores da segurança pública.

 

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