Logo O POVO+
Jéssika Sisnando: Combate à sensação de insegurança
Opinião

Jéssika Sisnando: Combate à sensação de insegurança

Uma fake News sobre mudança de escalas precisou ser desmentida. Cuidar dos nossos policiais, oferecer a eles momento de descanso e aumento salarial, não em hora extra, mas no trabalho deles do dia-a-dia, é o mínimo que pode ser feito para quem luta diariamente contra a criminalidade
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Jéssika Sisnando, repórter do O POVO. (Foto: chico alencar/opovo)
Foto: chico alencar/opovo Jéssika Sisnando, repórter do O POVO.

Muito alarde foi feito com a chegada do secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Roberto Sá. Após a saída de Samuel Elânio fomos apresentados a uma gestão que anunciou o objetivo de ser implacável contra o crime, e reduzir a sensação de insegurança entre os cearenses. É importante lembrar o que causa esse efeito "Fortaleza Apavorada" não são os homicídios, mas os roubos, os furtos, os latrocínios (roubos seguidos de morte). O foco no policiamento ostensivo é importante para redução dos crimes, mas é necessário cuidar dos agentes de segurança para que eles cuidem bem das pessoas.

Entre as últimas iniciativas do governador Elmano de Freitas (PT), está um aumento no valor pago das horas extras dos agentes de segurança, que são realizadas aos fins de semana. Além da extinção do desconto do Imposto de Renda nesses extras.

Ora, o incentivo é que para que o policial faça hora extra, no momento da folga. Precisamos de PMs atentos, não de profissionais esgotados. Para agentes de segurança, que passam mais de 24 horas seguidas trabalhando e utilizando um colete balístico, longe de suas famílias, a melhor alternativa é mais trabalho?

Como bem ouvi em um seminário sobre saúde mental, onde a coordenadoria de saúde da PMCE apresentava números de adoecimento na tropa, os policiais do Raio são chamados de cavaleiros de aço, mas eles são pessoas com sangue nas veias, que adoecem e sentem cansaço. Nesta semana fui surpreendida por uma fake News sobre mudança de escalas, posteriormente desmentida. Cuidar dos nossos policiais, oferecer a eles momento de descanso e aumento salarial, não em hora extra, mas no trabalho deles do dia-a-dia, é o mínimo que poderia ser feito para quem luta diariamente contra a criminalidade.

No dia 22 de maio, um PM, às vésperas de completar seus 70 anos de idade, foi morto ao ser vítima de roubo no bairro Conjunto Ceará, em Fortaleza. No dia 3 de abril um sargento foi baleado e morto no bairro Parque Santa Rosa, a caminho do quartel. Em maio o número de policiais mortos vítimas da violência chegava a 10 casos, o maior número desde 2020.

Segurança não se faz de viaturas, mas de pessoas. A visão mais humanizada para nossos agentes de segurança resulta em atendimento mais humanizado para as comunidades. n

 

O que você achou desse conteúdo?