Com o boom das redes sociais e desde o "Junho de 2013", as ruas das cidades brasileiras vem sendo ocupadas por manifestantes políticos vinculados aos seus próprios CPF. E não mais aos CNPJ de partidos, sindicatos, movimentos sociais ou entidades da sociedade civil.
A Lava-Jato (sem inocente apenado), o Impeachment de Dilma, o definhamento do PSDB e a década de estagnação econômica proporcionaram que o oponente presidencial do PT após 4 eleições seguidas não fosse mais do Centro liberal ou Centro Direita e Centro Esquerda social-democrata. Mesmo sem suporte prévio de uma militância organizada, a Direita saiu do armário, polarizou a política e girou 180º a seta ideológica na eleição/2018. Massas mobilizadas por um pensador que criticara o "Imbecil Coletivo" (à Esquerda e à Direita), slogan aliciante (Deus, Pátria, Família), pauta conservadora de costumes e camisa da seleção como símbolo de identidade elevaram, antes do atentado, um líder radical à superpotência de "Mito".
Enquanto fenômeno para chamar de "seu", o Bolsonarismo uniu os segmentos do Centro a Extrema Direita e simpatizantes atomizados dentre militares, policiais, evangélicos, juventude (16-34 anos), terceira idade e classe média. Além do QI 85 de cientistas (e negacionistas), fanáticos de teorias conspiratórias globalistas, empresários anti-estatistas dependentes de subsídios governamentais, jornalistas sem isenção, políticos oportunistas e democratas pero no mucho. Parte da mídia e influenciadores digitais (des)informaram que o "sistema" seria enfrentado a partir de 2019. Contudo, dificilmente quem não portava experiência no Executivo teria um projeto de Nação. Mesmo as reformas postas em nada alteraram os cernes nacionais de comando: cartelização financeira, senhorio do Centrão e antagonismos da guerra cultural.
Não estranha que o voluntarismo acrítico de seu eleitorado acerca do governo tenha se tornado quase "seita". A dissonância cognitiva não admitia discordâncias internas/externas frente ao cipoal de conflitos entre poderes e níveis federativos (pandemia, tributos, código-fonte de urnas, TSE, STF); contradições na Política Externa (alinhamento com Hungria, Polônia, Rússia); e equívocos nos tratos democráticos e republicanos (celeumas com a Globo, abandono do Sistema Único de Segurança Pública, Brasília como alvo das cogitações de Estado de Sítio e/ou Defesa, combate leniente ao crime organizado na Amazônia e grandes centros urbanos).