O Instituto Dr. José Frota (IJF) voltou a estampar o noticiário cearense na última semana, desta vez, felizmente, sem vítimas. O teto da passarela da unidade cedeu; de acordo com assessoria do hospital, a estrutura já foi liberada. Mas eu te pergunto, e se mais uma tragédia tivesse ocorrido?
Recentemente um funcionário do hospital foi assassinado dentro do IJF, e teve a cabeça decepada. O ato colocou em risco pacientes e funcionários que estavam no local. Não é razoável o que vem acontecendo! Para além dos problemas que já conhecemos, ainda precisamos lidar com a precariedade da segurança e da estrutura nas unidades.
Em maio deste ano, o Secretário da Saúde de Fortaleza reforçou que a Atenção Primária precisa de intervenção, reconheceu as deficiências e disse que há uma sobrecarga financeira. Mas para onde foram os investimentos feitos pelo munícipio para atender as demandas de saúde?
Durante um ano geri a saúde de Maracanaú e demos um passo importante no que tange à estrutura dos equipamentos. Revitalizamos 20 unidades de saúde; reinauguramos o Banco de Leite do Hospital Dr. João Elísio de Holanda; inauguramos a sala de odontologia na UPA 24h; modernizamos toda a secretária de saúde; entregamos uma unidade de saúde nova, o Posto do Luzardo Viana, unidade modelo; investimos em formação para os colaboradores, contratamos mais médicos, ampliamos o quadro de enfermeiros e investimos em programas que nos deram a capacidade de mostrar à população que é possível fazer saúde pública de qualidade. Estas e muitas outras ações fizeram com que elevássemos a qualidade do serviço de saúde prestado
em Maracanaú.
Não podemos mais aceitar que em uma das maiores capitais do país, os equipamentos de saúde, tenham estruturas tão vulneráveis. Sempre defendi a reestruturação dos equipamentos públicos, e na saúde não é diferente. Construir novos prédios, desde que se faça necessário, não é um problema, no entanto, precisamos garantir a qualidade do serviço e das estruturas que já existem.
Em época de eleição a promessa é sempre a mesma: "vamos construir novos postos de saúde, vamos construir novos hospitais," mas a verdade é que passaremos quatro/oito anos aguardando a construção de um prédio que custa milhões, mas no final das contas, não entregam nada do que foi prometido. n