A ideia de criar a Ceará Filmes, uma agência de desenvolvimento da indústria audiovisual, emerge de um processo histórico de lutas políticas e engajamentos ao longo de muitas décadas, marcado por diferentes fases e interações entre cineastas residentes no Ceará, cineastas cearenses da diáspora e cineastas de outros estados convidados a desenvolver projetos no Ceará.
Nos últimos anos, a tecnologia e a globalização formaram um paradoxo interessante na produção e difusão de conteúdo audiovisual. De um lado, a globalização das telecomunicações expandiu nossa audiência e a acessibilidade dos dispositivos eletrônicos democratizou o consumo. Por outro lado, houve uma concentração de poder por poucas transnacionais. O avanço tecnológico também está reformulando o campo do audiovisual e da mídia, que não se limita mais ao cinema e à TV, mas também ao smartphone e outros tipos de telas, como o streaming e as plataformas digitais. Hoje, as possibilidades incluem desde software até jogos eletrônicos, mostrando que o desenvolvimento audiovisual é sinônimo de futuro e integração com bens tecnológicos e simbólicos do século XXI.
Neste contexto, a indústria do audiovisual tem um papel decisivo. Existe hoje uma guerra no mundo que é travada via satélite, impondo imagens e sons de poucas fontes globais como padrões de consumo. Mas há uma mudança no ar. Nos chamados países do Sul, a produção audiovisual independente está florescendo, provando ser não apenas ousada e criativa, mas também viável economicamente com ocupação significativa do mercado internacional.
Com uma rica produção audiovisual que tem ganhado destaque tanto nacional quanto internacionalmente, e com a Ceará Filmes, programa instituído pelo ex-governador Camilo Santana e que está sendo implantado pelo Governador Elmano Freitas, através da Secult, com a participação de cineastas e produtores locais, o Ceará demonstrará que é possível crescer ainda mais e tornar-se um dos maiores polos de produção audiovisual do país. Aguardamos esse passo para o futuro. Que seja ousado e firme. Queremos indústrias limpas e inteligentes, que realmente gerem emprego e renda, que difundam a nossa cultura e arte, nossas potencialidades, nossa gente e nossa terra.