As lutas por democracia no Brasil garantiram o direito ao voto como instrumento de participação do povo na construção da sociedade. Através dele, elegemos candidatas/es/os para nos representarem com a importante tarefa da construção e execução de leis que visem a garantia de direitos de todas as pessoas.
No entanto, as casas legislativas na atualidade, devido ao avanço do conservadorismo e fundamentalismo religioso, têm cada vez mais retrocedido e negado direitos a populações historicamente excluídas e marginalizadas.
As pessoas LGBTI configuram-se como alvo desse ódio, com ataques e perseguições que ferem direitos constitucionais mesmo após cinco anos da equiparação da LGBTIfobia ao crime de racismo pelo STF.
As populações trans e travestis são as que mais sofrem. Atualmente, 77 leis que confrontam os direitos dessas pessoas estão em vigor no Brasil. Mais de um terço disso opera desde 2023, infringindo diretamente a utilização de linguagens neutras e o debate sobre a temática de gênero nas escolas, por exemplo.
A restrição à utilização de banheiros de acordo com o gênero com o qual a pessoa se identifica, a participação de atletas trans em competições esportivas, o acesso a serviços de saúde por crianças e adolescentes trans e a veiculação de material publicitário alusivo às diversidades de gênero são outras demandas retrógradas ainda em debate.
Assim, a Parada pela Diversidade Sexual do Ceará deste ano pauta o tema "Radicalizar para existir, votar para ocupar", e faz um alerta especial às populações LGBTI neste ano eleitoral sobre a escolha do voto.
Precisamos eleger candidaturas LGBTI e aliadas em consonância com um projeto político de garantia de direitos e cidadania para nossas populações! No país que mais mata LGBTI no mundo, ocupar cargos eletivos se torna urgente. Porque eles também são nossos por direito.
Somos responsáveis pelas maiores manifestações de massa por direitos humanos no país: as Paradas, quando conseguimos lotar as ruas exigindo respeito às nossas vidas. Sendo assim, é preciso acreditar que também somos capazes de lotar as casas legislativas com nossas cores, afetos e amores.