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André Figueiredo: Leonel Brizolae seu DNA de política e luta pela educação
Opinião

André Figueiredo: Leonel Brizolae seu DNA de política e luta pela educação

Mesmo sob muitas críticas, Leonel Brizola conseguiu construir mais de 500 centros de educação que foram apelidados de "brizolões", dada a ampla propaganda e defesa de seu projeto de educação
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André Figueiredo

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No último dia 21 de junho relembramos os 20 anos da partida do saudoso Leonel Brizola. Fundador do nosso partido, Brizola é sinônimo de luta pela educação. Parece ter nascido com o DNA da política em seu sangue. Ainda criança na cidade de Cruzinha, hoje chamada de Carazinho, no interior do Rio Grande do Sul, resolveu mudar seu próprio nome "Itagiba", o qual não gostava, para Leonel, inspirado pelo personagem do caudilho Leonel Rocha.

Na juventude, quando era estudante de engenharia, em 1945, se filiou ao Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB. Dois anos depois já consegue se eleger deputado estadual. Era o início de toda uma trajetória de luta política, defesa da educação e trabalhismo.

Brizola chegou à prefeitura de Porto Alegre, em 1956, com sua bandeira de luta favorita: a educação. Construiu novas escolas e ofereceu educação em tempo integral, onde além do estudo tradicional, os alunos também aprendiam música e praticavam esportes. Uma verdadeira revolução que continuou em sua gestão como governador do Rio Grande do Sul, de 1958 a 1962, e depois se estendeu quando governou o Rio de Janeiro em dois mandatos: de 1983 a 1987 e de 1991 a 1994. Aliás, importante lembrar que Brizola foi o único político que governou dois estados.

Foi durante sua gestão no estado fluminense que seu projeto de implantação de escolas em tempo integral ficou mais conhecido e também gerou mais polêmicas. A proposta dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPS) visava ampliar o ensino, promover aulas de reforço, de esporte e de música, dar atendimento médico-odontológico e refeições aos estudantes, mas foi considerada ousada demais para os padrões brasileiros.

Os críticos de vários setores políticos e educacionais não enxergavam a proposta como um meio de ocupação que evitaria que os jovens ficassem nas ruas ou se envolvessem com a criminalidade, por exemplo. Mesmo sendo criticado, Brizola ainda conseguiu construir mais de 500 centros de educação que foram apelidados de "brizolões", dada a ampla propaganda e defesa de seu projeto de educação.

Hoje, analisando sua trajetória política, podemos perceber que Leonel Brizola era um homem à frente do seu tempo. É em meio a este cenário de luta que Leonel Brizola funda o Partido Democrático Trabalhista (PDT), em 1980, ao final do seu período de exílio, quando se abre a anistia política, e do qual nós temos muito orgulho em fazer parte.

 

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