Se você perguntar no que eu sou boa, muitas pessoas do meu convívio terão respostas imediatas, mas que divergem entre si. Se me perguntar, direi que eu sou boa em arriscar.
Não, não arrisco sem medir as possíveis consequências. Arrisco ciente de todas as possibilidades e aposto alto. E sim, tenho medo porque sei que reações podem ser drásticas, contudo, arrisco ainda assim, vou com medo mesmo. Meu ser é expansivo, transborda e pensar numa caixa não se encaixa em toda essa imensidão, hesitar ou recuar, menos ainda. E sinceramente? É árduo dividir um corpo com toda a intensidade que o mundo deseja, mas pouco suporta. É árduo porque na teoria é lindo, mas na prática é impossível. É árduo porque eu sou o que nenhuma outra é e, em contrapartida, sou tudo o que todas as outras são. É foda! Mas não há um botão de liga e desliga que seja capaz de conter toda essa vastidão que eu sou, não há como me frear e impedir que eu arrisque e me jogue. Eu sou aventureira, sabe? E sou uma aventura.
Eu sei que não é todo mundo que está pronto para tirar os pés do chão, sentir a taquicardia pulsar e a adrenalina gritar em suas veias. Eu sei que alguns até vão tentar, mas quando eu estiver certa de que é isso, de que é a hora, vão girar os seus pés e correr para longe sem me avisar. E eu sei também que isso vai me deixar perdida, sem rumo e sem saber como voltar. Eu sei disso agora... mas eu também sei que muito embora eu não encontre o caminho de volta, ou melhor, escolha não voltar para onde estive e opte por algo novo, por um caminho novo, eu sei que tudo vai ficar bem porque eu tenho a mim. Sei que a convivência comigo é difícil porque eu sou tanto, mas me amar é para ser fluído e fácil. Eu sou afeto e o meu afeto é genuíno, único.
Então sigo assim: burlando as minhas próprias regras de sobrevivência, arriscando ainda que eu esteja na frente da bala e transbordando amor, porque amor é tudo o que eu sou.
A minha intensidade é o que me guia, mas a minha necessidade em me salvar é o que faz com que eu volte decidida e com força extra. Então não, não há nada que faça com que eu pare, esse poder eu só dei a mim.