Em 1º de julho de 2024 comemoramos os 30 anos do Plano Real. Não vivi intensamente o seu nascimento, mas ouço muitas histórias dos seus benefícios. O Plano Real foi uma das grandes conquistas e inovações institucionais do Brasil após sua redemocratização. Reconheço a importância do trabalho dos ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso para o nosso país.
O Brasil conviveu por muitos anos com a hiperinflação, com índices que chegaram a 2.500% ao ano. O barulho dos remarcadores de preços era constante nos mercados. O poder de compra, especialmente dos mais pobres, era derretido hora após hora.
Depois de um processo de impeachment, o então vice-presidente Itamar Franco assume o poder. E, após algumas tentativas frustradas, o então senador Fernando Henrique Cardoso é nomeado Ministro da Fazenda. Mestre na arte da boa política, FHC reuniu grandes economistas como Pedro Malan, André Lara Resende, Gustavo Franco, e criou, inicialmente, a URV. A Unidade Real de Valor tinha o objetivo de garantir o poder de compra à futura moeda, o Real. Com o Plano Real, a hiperinflação brasileira foi debelada, e FHC foi eleito presidente da República duas vezes.
Após a Era FHC, assumiu Luiz Inácio Lula da Silva. Ele preservou as conquistas e as ações que possibilitaram o sucesso e a eficiência do Plano Real. Privatizações, equilíbrio fiscal, câmbio flutuante e independência da política monetária. Olhando para trás, afirmo com tranquilidade, que apesar das recentes turbulências institucionais, a nossa nação avançou e seguirá avançando.
Hoje, não cabem no Brasil o populismo fiscal, a estatização de empresas, o descontrole de gastos públicos, a captura das funções do Estado por interesses privados. E por incrível que pareça: o Plano Real colocou em pauta essas questões, pois para o combate à inflação, foi necessário enfrentar práticas arcaicas e uma cultura inflacionária abusiva que prejudicava fortemente os pobres e inibia o crescimento econômico.
O atual Governo Lula preserva todas as conquistas do Plano Real. Os avanços do Brasil, econômicos e institucionais, seguirão firmes com o esforço de todos. O Plano Real persiste até hoje, pois a busca do desenvolvimento econômico com inclusão social deve ser sempre o objetivo prioritário da política econômica.