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Emmanuel Furtado: Viva a França! Viva o Brasil!
Opinião

Emmanuel Furtado: Viva a França! Viva o Brasil!

É de se comemorar a sempre arrojada postura, nos momentos mais difíceis para o país, da pátria da liberdade, igualdade e fraternidade, a França, que vai absorvendo um novo padrão, que não é mais do homem branco, sentado num bistrô, com seu baguete
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Emmanuel Furtado

Articulista

Em artigo publicado neste Jornal, em 09/07/24, meu ex-aluno, Prof. Martônio Mont'Alverne, exemplo límpido de quando o discípulo supera o mestre, vem tratando do alívio que os antifascistas tivemos com as eleições para o Parlamento francês, no domingo de 07/07/24. Para ele, doravante "Resta aos fascistas o cardápio de sempre: pelejar pelo direito de mentir e de propagar o ódio; distinguir humanos entre naturalmente inferiores e superiores; militarizar as sociedades e fazer da ciência objeto da revelação profética, que haverá ainda de guiar a política."

Digo que tais fascistas são anti-imigração dos próprios povos por eles colonizados, negacionistas das mais evidentes descobertas da ciência, propagadores de uma pauta de costumes falso-moralista, misóginos, homofóbicos, racistas, terraplanistas e defensores de uma sociedade excludente e não inclusiva.

A partir da América, como a invasão do Capitólio, nos EUA, e seu fantasma Trump, a depredação da Praça dos Três Poderes, em Brasília, a pífia recente invasão do Palácio Presidencial, na Bolívia, a eleição do ultrarreacionário Milei, na Argentina, passando para os governantes da Europa, como Meloni, na Itália, Orbán, na Hungria (em cuja embaixada, no Brasil, Bolsonaro quis "fazer turismo"), dentre outros governantes, que só fazem aumentar o rol da extrema direita, vê-se estupefato o alargamento dessa onda, a qual, num passado recente, acolheu um Salazar, em Portugal, um Mussolini, na Itália, um Hitler, na Alemanha, e em nosso país uma ditadura militar iniciada no governo de Castelo Branco, passando pelos sanguinários Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo, é de se comemorar a sempre arrojada postura, nos momentos mais difíceis para o país, da pátria da liberdade, igualdade e fraternidade, a França, que vai absorvendo que o padrão do francês não é mais do homem branco, sentado num bistrô, com seu baguete, mas sim a França do jogador Mbappé, de pele preta, ou do descendente argelino Zidane, mas também de tantos outros advindos das então colônias, de muito menor poder aquisitivo, que hoje encarnam a imagem do legítimo francês.

A luta continua, no Brasil e continentes afora, em prol dos direitos fundamentais do homem!

 

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