Quando o assunto é sustentabilidade, lembramos que se trata da capacidade do uso consciente dos recursos naturais, sem comprometer o bem-estar das gerações futuras, encontrando o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. Esse conceito seria verdadeiramente apreciado e vivenciado se fosse colocado em prática pelos gestores públicos e por aqueles que pensam e planejam vivenciar um mundo melhor. Infelizmente, não é isso que ocorre, principalmente devido à desconexão entre o discurso e a realidade.
Um dos fatores que mais contribuem com a poluição atual são as emissões de gases, como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), entre outros poluentes. O CO2 é emitido pela queima de combustíveis ou pelo desmatamento, problemas que têm aumentado em nosso país em grande velocidade. É o caso específico do aumento prejudicial e descontrolado de veículos de aplicativos, contribuindo para trânsitos caóticos, poluição nos ares e a emissão de poluentes ambientais.
Esse crescimento é resultado, em parte, da falta de oportunidades de emprego para algumas dessas pessoas e da ausência de eficientes sistemas de transporte público, como metrôs subterrâneos ou de superfície, que ainda não são uma realidade em Fortaleza. Some-se a isso a ditadura vivida no asfalto, com 91% de toda a carga transportada no Brasil ser realizada pelo modal terrestre, contribuindo para a emissão de gases, pois não existem incentivos e interesse no modal ferroviário ou no marítimo no Brasil, considerados menos poluentes e de baixo custo. Impactos como esse, podem ser um dos fatores da tragédia no Rio Grande do Sul.
Além dessas questões, nos deparamos com discursos inflamados em relação ao hidrogênio verde, que para alguns especialistas ainda é muito incipiente e distante da realidade para frequentes alardes públicos, como se já estivéssemos vivenciando esse momento. Outra preocupação em relação a sustentabilidade, é a ausência de um plano amplo para conscientizar a população sobre o tema. Recentemente, em meio ao bom inverno, estive na região de Inhamuns e alguns moradores disseram que se perde muita água nesse período chuvoso, pois os açudes são pequenos, se transformando em "açudes sonrisais". Portanto, torcemos para que os nossos gestores públicos enfrentem efetivamente esse problema, que vem se agravando com o tempo e que a população civil também faça a sua parte.