Após um período nebuloso, no qual a ciência no Brasil foi descredibilizada por negacionistas, escutar a sociedade é o primeiro passo que podemos dar para democratização e popularização da atividade científica no país.
E isso iniciou com as reuniões preparatórias que antecedem a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Foram mais de 200 encontros regionais, estaduais, municipais, temáticos e livres realizados de dezembro de 2023 a maio de 2024. Um ambiente diverso e plural foi criado para discutir e apontar sugestões e soluções para o futuro da ciência no país. É a reconstrução coletiva e democrática do processo de planejamento de políticas públicas inovadoras.
Mais de 70 mil pessoas tiveram vez e voz nesses encontros, com recomendações que serão avaliadas agora na etapa final - que será de 30 de julho a 1º de agosto, no Espaço Brasil 21, em Brasília (DF).
Depois de 14 anos da última conferência, tem sido muito bonito acompanhar o ambiente diverso e plural de mobilização que reúne a academia, setor público e privado, sociedade civil e movimentos sociais para discutir ciência e tecnologia no Brasil. Da 5ª Conferência Nacional nascerá a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), que ditará os rumos do setor para os próximos dez anos.
Nosso trabalho é aproximar a ciência das pessoas e usá-la a serviço de desafios como combate à fome, preservação de biomas, mudanças climáticas, transição energética, transformação digital e apoio à neoindustrialização. Precisamos fazer com que a produção científica se converta em produtos, processos e serviços que atendam aos anseios e às necessidades da sociedade. Por isso, ouvi-la é tão importante.
A ciência está em tudo! E popularizá-la é um programa de Estado. A ciência está na academia, na ancestralidade dos povos originários, nas tradições quilombolas, nas escolas, nas periferias. Este é nosso grande desafio: mostrar que qualquer brasileiro e brasileira é capaz de fazer ciência.
Para trabalhar políticas efetivas de popularização da ciência, o governo Lula retomou a Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, da qual tenho orgulho de estar à frente no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O desenvolvimento que buscamos precisa de novas bases sustentáveis e inovadoras.
Conquistas estratégicas foram essenciais para recuperar o sistema de fomento à ciência no país, como a redução de juros nos financiamentos para inovação nas empresas e a recomposição integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, decisão política do presidente Lula.
Temos feito a nossa parte em políticas públicas e investimentos para que o Brasil conquiste seu lugar num futuro cada vez mais desafiador. n