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Flavia Loss de Araujo: Apesar do ritmo frenético, a campanha nos EUA ainda está no começo
Opinião

Flavia Loss de Araujo: Apesar do ritmo frenético, a campanha nos EUA ainda está no começo

A indicação de Kamala Harris trouxe novo fôlego para os democratas e atraiu enorme apoio, batendo recorde de doações de fundos para a sua campanha, que será focada no voto feminino, do eleitorado negro e hispânico
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Flavia Loss De Araujo

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O mês de julho foi extremamente agitado na política dos Estados Unidos e várias análises tentam desvendar qual será o próximo lance da corrida eleitoral para a presidência.

O partido Democrata estava em uma situação difícil após o debate entre o ex-presidente Donald Trump e Joe Biden, cujo desempenho medíocre foi muito criticado por seus apoiadores. Enquanto Biden era questionado, Trump sofreu um atentado no dia 13 que atraiu todas as atenções da mídia para si mesmo e para a Convenção Nacional do Partido Republicano que ocorreu no dia 15. A essa altura, um sinal de alerta soava entre os democratas e especulava-se se o atentado impulsionaria a popularidade de Trump, contrastando com a imagem cada vez mais debilitada de Biden. Várias vozes do partido se manifestaram pela desistência de sua candidatura, incluindo o ex-presidente Barack Obama e Nancy Pelosi. A Convenção Nacional do Partido Democrata marcada para 19 de agosto e que confirmaria Biden como candidato parecia distante demais diante da emergência desse cenário e a pressão por sua desistência disparou.

A indicação de Kamala Harris trouxe novo fôlego para os democratas e atraiu enorme apoio, batendo recorde de doações de fundos para a sua campanha, que será focada no voto feminino, do eleitorado negro e hispânico. Agora, todos os holofotes estão voltados para Kamala e quem parece intimidado é Trump nessa reviravolta ocorrida em menos de quinze dias. A mais recente pesquisa da CNN demonstrou uma mudança interessante: antes, o apoio para Biden era apenas uma rejeição a Donald Trump; agora, os entrevistados disseram que votarão para apoiar Kamala e não apenas para impedir a vitória do seu adversário. Essa informação pode indicar um aumento significativo da popularidade da candidata entre os eleitores e devemos observar se essa tendência se confirmará.

Apesar de todos esses acontecimentos, a campanha ainda está no começo e muitas águas vão rolar até as eleições de novembro. Ainda é cedo para declarar favoritos na corrida eleitoral, mas um fato é certo: Trump agora enfrentará uma adversária muito mais forte e desafiadora.

 

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