Pensei em escrever o quanto estou empolgado com a candidatura de Kamala Harris, o tanto que estou entusiasmado com a possibilidade dela chegar à presidência dos Estados Unidos da América, por ela ser uma mulher negra, que adora jazz, e tem preferência musical por pessoas como Charles Mingus, Ella Fitzgerald e Louis Armstrong.
Por ser filha de imigrantes e por ela ter "vencido na vida" (tu conta Raul Seixas ou eu conto?).
Por ela ser a única opção de barrar o facínora, de impedir que o ódio e o fascismo se alastre ainda mais pelo mundo, inclusive aqui na "pátria" amada Brasil.
Enfim, por ela ter trilhado o american way of life e não o take a walk on the wild side, quem ouviu Lou Reed sabe do que estou falando, ou não.
Mas eu não posso esquecer que ela é candidata à presidência dos Estados Unidos, e nós sabemos bem que interesses os presidentes americanos defendem e como eles costumam olhar para o restante dos não americanos, principalmente se eles não forem guiados pela lógica da ética protestante, mesmo alguns sendo católicos.
Mas não posso e não podemos esquecer que foram os democratas americanos que apoiaram e articularam com os generais brasileiros o golpe de 1964.
Foi o democrata Barack Obama que espionou o governo brasileiro, inclusive gravando as conversas privadas da Presidenta Dilma.
É o presidente democrata Joe Biden que apoia o fascista que está à frente do estado de Israel no extermínio do povo palestino.
Kamala Harris é parte integrante dessa maneira de olhar para o mundo.
É muito melhor que Trump, óbvio que sim. É melhor para o resto do mundo? Me parece que não.
Vai mudar, não melhorar ou aliviar, a política externa americana caso seja eleita? Duvido.
Quem viveu ou leu sabe muito bem quem eram de fato Jonh Kennedy, Jimmy Carter, Bill Clinton e Barack Obama e essa sombra senil que hoje habita
a Casa Branca.
Que os americanos nos livrem de Donald Trump e que Kamala Harris nos surpreenda de fato. n