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Thaty Rabello: Maternidade e o mercado de trabalho: uma análise sobre o panorama atual
Opinião

Thaty Rabello: Maternidade e o mercado de trabalho: uma análise sobre o panorama atual

Apesar dos avanços, a maternidade ainda é vista como um tabu. Durante a gravidez, o sentimento de incapacidade se aflora, e nos perguntamos se somos realmente capazes de lidar com tudo, mas será que realmente precisamos?
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Thaty Rabello. Empresária e diretora criativa da TR Brand. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Thaty Rabello. Empresária e diretora criativa da TR Brand.

Dentre todas as fases significativas da vida de uma mulher, a gravidez está entre as mais extraordinárias e impactantes, demandando máximo zelo, especialmente quando a mulher está no mercado de trabalho. A mulher moderna precisa se dividir entre mãe, profissional, esposa, filha, etc. Mas como conciliar tudo?

Mulheres que se tornam mães enfrentam discriminação, pressão social, dupla jornada, medo de ter a carreira interrompida e muito mais. Esse tratamento é contraditório, considerando a forte inserção feminina no mercado de trabalho. Segundo a PNAD, 2023 registrou o maior número de pessoas ocupadas desde 2012, com 100.984.563 trabalhadores ativos, e um recorde de ocupação feminina, totalizando 43.380.636 mulheres.

Apesar dos avanços, a maternidade ainda é vista como um tabu. Durante a gravidez, o sentimento de incapacidade se aflora, e nos perguntamos se somos realmente capazes de lidar com tudo, mas será que realmente precisamos?

A gravidez é um processo bonito, mas difícil de lidar, é um processo que tem que ser sentido da forma mais pura e real possível, sem romantizações, sem esteriótipos de excelência, o respeito com os limites do corpo e a busca pelo o equilíbrio tem que existir. Além do preconceito e adversidades, há a mudança radical do corpo e a busca pela autoaceitação; a adaptação de uma nova rotina; a necessidade de uma rede de apoio, que muitas mulheres grávidas no Brasil não têm. Muitas são mães solo e não possuem flexibilidade nas empresas, o que incentiva a saída do mercado de trabalho.

A maioria das empresas não estão preparadas para diversos tipos de gravidez, como a tardia, que exige cuidados minuciosos e implica práticas de suporte por parte das empresas. O mercado de trabalho não está preparado para a gravidez das colaboradoras, refletindo questões socioculturais enraizadas que minam a confiança feminina. A realidade é que, quando a mulher engravida, a culpa vem junto, seja por realizar o sonho de ser mãe, por não se sentir capaz, ou por enfrentar julgamentos e cobranças, mesmo quando a única coisa que fez foi gerar uma nova vida e propagar amor ao mundo.

 

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