No dia 28 de junho de 2024, a Venezuela realizou suas eleições presidenciais em um contexto de intensa controvérsia e ceticismo internacional. Com um ambiente político marcado por crises econômicas profundas, instabilidade social e acusações de repressão política, o processo eleitoral gerou críticas substanciais.
Segundo resultados divulgados pelo órgão oficial venezuelano, Nicolás Maduro foi reeleito com 51,95% dos votos, enquanto seu opositor, Edmundo González, recebeu 43,18%.
Nicolás Maduro tem se destacado por sua gestão autoritária e negligência econômica. Sob seu governo, a Venezuela enfrentou uma crise humanitária devastadora, marcada por escassez de alimentos, hiperinflação e violação dos direitos humanos. A repressão à oposição, o controle rígido sobre a mídia e as forças de segurança e a manipulação eleitoral marcam seu histórico e evidenciam seu desprezo pela democracia. Sua administração falhou não apenas em resolver os problemas estruturais da nação, mas também agravou a deterioração da qualidade de vida de milhões de venezuelanos.
A legitimidade das eleições foi questionada por muitos observadores internacionais e grupos de direitos humanos. Acusações de fraude eleitoral e manipulação dos resultados permeiam as discussões sobre o pleito.
A comunidade internacional tem reagido de formas variadas à instabilidade na Venezuela. A OEA declarou não reconhecer o resultado das eleições e afirma que há indícios de que o governo Maduro distorceu os resultados. A ONU, por sua vez, pediu maior transparência no processo eleitoral e expressou preocupações sobre a integridade do pleito.
Os Estados Unidos e vários países sul-americanos, como Argentina, Uruguai, Equador e Peru reconheceram a vitória de González. O Brasil ainda não se posicionou e, até o momento, não refutou nem reconheceu o resultado das eleições.
A falta de uma ação coordenada e decisiva para garantir a integridade do processo eleitoral e apoiar a população venezuelana na busca por uma solução democrática representa uma falha crítica no sistema de governança global.
A eleição de 2024 na Venezuela é, portanto, um episódio emblemático de um país em crise, onde a democracia parece ser um conceito cada vez mais distante. As graves questões sobre a legitimidade e a justiça do processo eleitoral precisam ser abordadas com urgência para que a Venezuela possa trilhar um caminho que promova verdadeiramente a participação cidadã e a restauração da ordem democrática.