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Renato Abê: Cariri entre a comunicação e a arte
Opinião

Renato Abê: Cariri entre a comunicação e a arte

Neste momento, nosso Estado é o foco de uma rota que agrupa comunicação e arte. Assim, estamos invertendo o jogo e tirando do eixo Rio-São Paulo o rótulo do "nacional", enquanto o que está fora é regional. Agora, mais do que nunca, a cultura cearense é nacional
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Renato Abê

Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará e pós-graduado em Artes Cênicas pela Casa das Artes de Lara...

Crato, agosto de 2024. Jornalistas culturais de diferentes estados brasileiros estão reunidos no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo.

Neste momento, nosso Estado é o foco de uma rota que agrupa comunicação e arte. Assim, estamos invertendo o jogo e tirando do eixo Rio-São Paulo o rótulo do "nacional", enquanto o que está fora é regional. Agora, mais do que nunca, a cultura cearense é nacional.

Profissionais de diferentes meios e veículos têm em comum desafios complexos. O primeiro deles é a luta pela preservação de um espaço democrático, plural e crítico para a cobertura cultural. Muitas são as linguagens e caminhos possíveis. A complexidade está em manter a qualidade e o rigor técnico perante todas as acelerações que as dinâmicas profissionais têm pedido.

O palco desse encontro não poderia ser mais adequado. Debater sobre cobertura cultural no Cariri carrega o simbolismo da descentralização e da interiorização do nosso ofício. A provocação é repactuar como agregaremos outras narrativas. Ainda falhamos muito ao reverberar as belezas do Ceará de dentro.

O evento, articulado pelo Instituto Mirante de Cultura e Arte, dá um recado também para o turismo: nossa arte também é ativo para atrair interessados. Os equipamentos do Estado são polos fundamentais para entender e sentir melhor a região em que vivemos. Visitar a praia é sempre um bom negócio, mas os turistas ganharão muito com a inclusão em larga escala das visitas aos centros culturais.

Impresso, televisão, podcast, portal, comunicação comunitária: muitas são as maneiras de encontrar o outro com o potencial de temas do campo da sensibilidade. Em tempos de brutalidade e superficialidade, as pautas artísticas são oásis.

Cobrir cultura é acompanhar os movimentos políticos, econômicos, das cidades, das tecnologias, das questões ambientais e tantos outros. Diante de tantos universos, o jornalismo cultural ganha mais e mais sentidos ao promover intersecção de assuntos tão relevantes.

Enquanto os debates ganham forma aqui no Cariri e jornalistas de diferentes gerações são impactados, a esperança é de que o Ceará se firme, de vez, como referência para o jornalismo cultural do
agora e do amanhã. n

 

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