Brasilidade que nada! precisamos falar sobre MULHERIDADE!
Algo que está evidente no pano de fundo das olimpíadas e que estava mexendo com as pessoas, mas só agora pude perceber que era isso: a face feminina, que está em alta!
A MULHERIDADE (termo que acabei de pensar e não sei se ja tem patente) tomou conta da delegação feminina e do Brasil! Pela primeira vez, tivemos uma delegação maior em mulheres que homens!
É fantástico ver todos se identificando com essas MULHERES (meninas, não!) brasileiras, pretas pardas e brancas! Vivendo aquele momento e dizendo "elas são Brasil, eu sou Brasil, elas são eu!" Não se deixa de julgar e cobrar, como especialistas fossem, mas isso rende outro texto.
A MULHERIDADE ficou patente na dor de Flávia e tantas Flavias que têm que provar que saem para trabalhar e que isso sim é ser uma boa mãe! É virar referência feminina de força, persistência e objetivos, aos seus filhos e filhas, enquanto seu instinto mais maternal lhe chama a cuidar e estar.
Brilhou na pouca idade e muita segurança de Raíssa e no choro contido de Larissa.
Na lembrança das raízes de Bia, quando do êxtase do ouro! Há algo mais MULHER que isso? Dedicar o seu melhor a alguém, aos seus?
Foi bonito de ser ver a MULHERIDADE nos coques, nas makes e nas unhas pintadas e bem cuidadas das ginastas. Nos sorrisos e nos abraços intensos, solidários e emotivos das equipes femininas.
E no grito! Por que não gritar? Por que não demonstrar? MULHERIDADE tem tudo a ver com ser emocionada, com deixar claro, com não esconder e não se conter.
Nessa olimpíada feminina brasileira, nada tem sido mais MULHER do que a admiração das ginastas, umas pelas outras!
Ao longo dos anos, nos foi dito que éramos competitivas e que para termos um espaço, um companheiro, tínhamos que disputar e derrubar "as concorrentes"! Estabeleceu-se a máxima de que MULHER era subestimar
para conquistar.
Mas tem sido realmente lindo de ver a competência de Rebeca e Biles, desenhando os solos e sobrevoando barras, competindo e admirando! Elas se elogiaram, demonstraram medo e insegurança em relação às outras e se enalteceram com muito respeito, dignidade e alegria.
Isso sim é inovação: o (re)nascimento da MULHERIDADE! Do sentimento genuíno, de alegria pela outra, de admiração na competência dEla (seja quem for a Ela) e ainda competir, e melhorar, e ganhar, e brilhar!
É ser degrau ainda competindo, para a melhoria, e não rasteira.
Não há nada mais confuso, mais diverso, mais complexo e mais completo que essa MULHERIDADE, que nem precisa ser exclusivo das mulheres, mas que assim foi sendo imposto, sentido e vivido por nós!
Enfim… é mesmo tempo de MULHERIDADE e isso é lindo de se ver!