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Frederico do Nascimento Rodrigues: Filosofia política do desaparecimento
Opinião

Frederico do Nascimento Rodrigues: Filosofia política do desaparecimento

Somos conduzidos a acreditar em ilhas de prosperidade, cada um faz o seu e ninguém se preocupa com o outro. Construímos o desejo de coisas imediatas (efêmeras), não essenciais à vida, ao gozo, à furtividade
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Frederico Do Nascimento Rodrigues

Articulista

É um trabalho produzido pelo exímio cearense, filósofo/professor da UFPB Daniel Figueiredo, que idealiza uma imersiva/revolucionária forma de aprender Filosofia, por meio dos quadrinhos. Uma produção cujo escopo não tem devida valorização no mundo acadêmico, que se preocupa no produzir para inflar o currículo, quando na verdade transmitir conhecimento é algo mais profundo. Faz-se alusão ao anarquista/historiador Hakim Bey (pseudônimo) e suas Zonas Autônomas Temporárias (TAZ).

O trabalho convida o apreciador degustar em doses homeopáticas a leitura, pois de tão prazerosa não se deseja chegar ao fim. O leitor se vê num dilema: apreciar a mais pura filosofia ou contemplar os desenhos que dialogam com o texto de forma simétrica?

Uma obra profunda, de abundante conhecimento do autor, que nos conduz a ter, ou pelo menos tentar possuir esse mesmo tipo de saber histórico-geográfico-filosófico, que analisa tempo-espaço, para que possamos dialogar em pé de igualdade com o autor supramencionado. Quebra-se a mesmice acadêmica engessada na produção de periódicos/capítulos de livros, tidos como obras de maior envergadura/relevância. Filosofia Política do Desaparecimento convida a reflexão, pensar formas de resistência e (re)existência, dentro do modelo ultraliberal, de inflexão do capitalismo. Percebe-se que a pós-modernidade líquida, nos aprisiona por meio do fetiche ideológico criado pelo Estado, em conjunto com o capitalismo, cria-se uma tecnoesfera (ciberespaço), seguida de uma psicoesfera (como lidamos com a tecnologia), que nos faz vislumbrar não o que nos une, mas o que nos separa.

Somos conduzidos a acreditar em ilhas de prosperidade, cada um faz o seu e ninguém se preocupa com o outro. Construímos o desejo de coisas imediatas (efêmeras), não essenciais à vida, ao gozo, à furtividade. Por isso este ensaio é tão necessário, para pensarmos zonas autônomas temporárias e encontrarmos fissuras na sociedade do desempenho, que nos adoece, aprisiona, (des)humaniza. A TAZ é uma possibilidade de ruptura e construção de algo novo e prazeroso. E aí vamos para Croatã?

 

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