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Ofélia Alencar de Mesquita: Celulares nas escolas: tendências e questões
Opinião

Ofélia Alencar de Mesquita: Celulares nas escolas: tendências e questões

Acerca das balizas sociológicas, fica evidenciado que nem todos os estudantes usufruem de igual acesso aos celulares e à Internet. Alguns, relativamente poucos, possuem dispositivos avançados e muitos, nenhum
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Ofélia Alencar de Mesquita. Professora do Centro de Educação da Universidade Estadual do Ceará (Uece). (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Ofélia Alencar de Mesquita. Professora do Centro de Educação da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

A presença de dispositivos e ferramentas móveis nas escolas tornou-se um fenômeno social, sem consensos. Os debates mais frequentes estão relacionados ao uso excessivo de telas em ambientes educativos que propicia a diminuição do convívio social.

Do ponto de vista da segurança, o compartilhamento de fotos e vídeos de menores de idade pode expô-los a riscos, como o ciberbullying. Acerca das balizas sociológicas, fica evidenciado que nem todos os estudantes usufruem de igual acesso aos celulares e à Internet. Alguns, relativamente poucos, possuem dispositivos avançados e muitos, nenhum. Já nos aspectos pedagógicos, os problemas advindos do uso dos celulares caberiam somente aos professores. A par disso, um novo planejamento didático relativo à inserção dos smartphones, demanda estudos específicos e aumento de trabalho.

Entretanto, a propensão para o uso indiscriminado aparenta começar nos adultos, assim como no hábito de deslocar para a escola responsabilidades que dizem respeito, preliminarmente, à família. À medida que as crianças se familiarizarem com tecnologias digitais em rede, tendem a desejar mais tempo de imersão no mundo digital.

Neste sentido, a educação midiática deve preparar crianças e adolescentes para navegar com segurança no mundo digital. Ela visa a desenvolver habilidades que permitam avaliar informações, se precaver de abusos e compreender a natureza das mídias.

A presença das tecnologias digitais nos ambientes educativos, por vezes, traz estranhamentos entre professores e alunos revelados por meio da navegação e acesso rápido às informações, dissociados da lentidão das aulas expositivas. A inversão dessa lógica se daria, por meio do letramento digital dos professores, na percepções sobre a riqueza das didáticas possíveis graças às tecnologias digitais.

Sem a pretensão de dar por encerrada essa problemática, pensamos que a integração das tecnologias digitais na educação requer uma abordagem mais cuidadosa, defendemos um conjunto de orientações curriculares relacionadas com essa mídia, de acordo com o que é comum entre as duas práticas: as funções de maximizar oportunidades e minimizar riscos na vida dos jovens e crianças.

 

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