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André Figueiredo : Getúlio Vargas, 70 anos da morte do maior estadista que o Brasil já teve
Opinião

André Figueiredo : Getúlio Vargas, 70 anos da morte do maior estadista que o Brasil já teve

Em sua carta-testamento ele ressaltou que lutou a cada minuto de sua vida contra aquele sistema econômico nefasto, em defesa do país e do povo, e que sua morte não significava uma derrota, mas sim sua vitória
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André Figueiredo

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24 de agosto de 1954 foi um dia que começou para entrar para a história do Brasil. De repente, sem que ninguém imaginasse, veio a notícia da morte do então presidente Getúlio Vargas, o Pai dos Pobres, logo nas primeiras horas da manhã.

Idolatrado por grande parte da população, Getúlio Vargas partiu de forma trágica, mas se manteve como líder até o fim. O então presidente do Brasil decidiu acabar com a própria vida, dentro do seu quarto, com um tiro no peito, cumprindo o que ele mesmo vinha avisando a todos ao seu redor: "só saio daqui morto".

A notícia chocou o país e levou multidões de admiradores às ruas, tristes, revoltados, perplexos. Um verdadeiro protesto social contra os inimigos do presidente e contra setores que queriam ele fora do poder. Para o antropólogo Darcy Ribeiro, Getúlio Vargas foi o mais amado pelo povo, mas também o mais detestado pelas elites.

"Enfrentou os poderosos testas-de-ferro das empresas estrangeiras, que se opunham à criação da Petrobras e da Eletrobrás, e os venceu pelo suicídio, deixando uma carta-testamento, que é o mais alto e mais nobre documento político da história do Brasil", disse Darcy Ribeiro, em registro ao Diretório Estadual do PDT, do Rio Grande do Sul.

Em meio à pressão que vinha sofrendo por parte dos adversários para que deixasse o governo, Vargas já havia avisado que saberia resistir. E resistiu. Em sua carta-testamento ele ressaltou que lutou a cada minuto de sua vida contra aquele sistema econômico nefasto, em defesa do país e do povo, e que sua morte não significava uma derrota, mas sim sua vitória.

"Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. (...) Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. (...) Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. (...) Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. (...) Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história", declarou Vargas em sua carta.

Leonel Brizola, getulista e fundador do PDT, declarava que os anos de governo da Era Vargas foram "os anos que o Brasil mais progrediu e que o produto econômico mais cresceu". O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) de Getúlio Vargas é o predecessor direto do nosso Partido Democrático Trabalhista (PDT). Temos orgulho, ao lembrar dos 70 anos da morte do ex-presidente que realizou tantos projetos importantes e as principais leis trabalhistas do país.

 

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