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Mário Guttilla: Dia Internacional das Pessoas Desaaparecidas
Opinião

Mário Guttilla: Dia Internacional das Pessoas Desaaparecidas

Em 2020, foi criado o coletivo Mulheres de Fé com Esperança. Boa parte dos desafios enfrentados pelas famílias é romper com o silêncio e com o isolamento causados pela da ausência de um ser querido
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Mário Guttilla. Chefe do escritório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Fortaleza. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Mário Guttilla. Chefe do escritório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Fortaleza.

30 de agosto marca o Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas. O Comitê Internacional da Cruz Vemelha (CICV) tem trabalhado ao longo dos últimos cinco anos no Ceará para ajudar os familiares de pessoas desaparecidas a encontrar respostas às suas necessidades.

Além de apoiar as autoridades no aprimoramento dos seus mecanismos de busca e dos serviços de atenção, o CICV caminha junto às famílias, fortalecendo-os na sua organização e facilitando pontes.
Em 2020, foi criado o coletivo Mulheres de Fé com Esperança, para fomentar a participação social e promover o cuidado e o apoio entre pares. Boa parte dos desafios enfrentados pelas famílias é romper com o silêncio e com o isolamento causados pela dor da ausência de um ser querido.

Em junho deste ano, famílias de todo o Brasil criaram o Movimento Nacional de Familiares de Pessoas Desaparecidas. Para o dia 30, diversos coletivos da América Latina trocaram cartas, com trechos como o seguinte,:

"Olá, somos do grupo Mulheres de Fé Com Esperança de Fortaleza (IG @mulheresdefecomesperanca). Temos o prazer de compartilhar a nossa trajetória de busca pelos nossos desaparecidos: as dificuldades, a dor, a falta de informações e a impossibilidade de chegarmos às autoridades.

Tínhamos um pequeno espaço para contarmos a nossa história em um canal de televisão. Isso acabou. Também enfrentamos dificuldades econômicas e a pior de todas, as dificuldades psicológicas. Essas desencandeavam outras doenças. Quando chegava o Natal, aniversário, dia das mães, das crianças, enfim, todas as datas especiais o sofrimento aumentava.

Em uma reunião, facilitada pelo CICV, formamos um grupo que não poderia deixar de ter esse nome: MULHERES DE FÉ COM ESPERANÇA. Esse nome que mostra a nossa identidade, a nossa força e a nossa luta.

Quatro anos depois, percebemos algumas mudanças. Hoje temos um Núcleo de Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas (Secretaria de Direitos Humanos), apoio psicológico e atendimento jurídico através da Defensoria Pública. Sabemos que muitas pessoas nos mandam parar, deixar prá lá e irmos viver a nossa vida, mas como viver nossas vidas se eles fazem parte dela?".

Neste dia 30, exercite sua humanidade, vamos todos apoiar nessa luta para dar voz a essas famílias e contribuir para mudar essa dura realidade.

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