Há um apelo nacional inadiável por uma política de segurança pública que chegue de forma consistente ao cotidiano das cidades. Que dê respostas ao cidadão, à cidadã, aos gestores públicos que não têm ferramentas para enfrentar novos tipos de violências e aos profissionais da segurança pública que adoecem mentalmente em virtude das más condições de trabalho e pressões colossais por resultado sem que haja o suporte necessário.
O Ceará, inovador nas novas matrizes energéticas, na melhor educação pública do Brasil, parece querer também surpreender positivamente ao anunciar uma série de mudanças a exemplo do compromisso pessoal do Governador Elmano diante desse novo momento. Delegados e Delegadas de polícia civil acreditam nesse processo de mudança. Como primeiros julgadores dos fatos, são os que presidem o inquérito, são os que gerenciam as investigações, são aqueles que estão na linha de frente da solução dos crimes.
Delegados e Delegadas têm a mesma rigorosa formação jurídica de um Procurador do Estado e de um Defensor Público, com a qual exerce competências próprias. Embora sem a mesma atenção e deferência do Estado no que toca às questões salariais, uma vez que desde 2007, os reajustes remuneratórios concedidos aos Delegados de Polícia passaram a ser instituídos em índices muito inferiores a estas e demais carreiras jurídicas da administração direta.
Mesmo apesar dessa pouca valorização, nós Delegados e Delegadas acreditamos em um novo momento da segurança, melhor aparelhada, com investimentos vigorosos em inteligência, e cremos que em breve haverá muitos motivos para comemorar. Porém precisaremos ainda melhorar as condições das pessoas que fazem a polícia, que tomam decisões cotidianas dentro dos novos equipamentos, que saem de casa para enfrentar a mais dura realidade.
Porque para termos resultados positivos na segurança pública, é preciso uma união de todas as carreiras do estado, sem deixar ninguém para trás. E lembrando que quando todas as instituições falham, é ao Delegado e à Delegada que a sociedade recorre. n