Em pleno 2024, ainda somos obrigados/as a lutar contra uma das práticas mais revoltantes - e, infelizmente, mais frequentes - em espaços de trabalho: o assédio moral.
O assédio se tornou enraizado em inúmeras empresas, instituições, repartições públicas e outros locais de trabalho, como prática corrente, "desapercebida" e "tolerada" principalmente quando quem ocupa cargos superiores em hierarquia e se habitua a tratar de forma desrespeitosa trabalhadores e trabalhadoras de postos ditos "inferiores".
Dentro do contexto cruel das disparidades sociais, da crise no mundo do trabalho precarizado e "uberizado", da desvalorização do ser humano, o assédio moral infelizmente se torna ainda mais frequente contra profissionais como trabalhadores de limpeza pública, de asseio e conservação, merendeiras de escolas, porteiros de empresas e órgãos públicos.
Denúncias nos chegam diariamente, mostrando que a situação tem piorado, com a noção, pelo empregador ou pelo empregado praticante do assédio, de que "quem não aguentar peça pra sair". Que "emprego tá difícil". E outros absurdos que vão sendo "normalizados" mas que precisamos combater com toda a força. Infelizmente ainda há quem ache que pode desrespeitar impunemente categorias descritas como "mais humildes" e, na verdade, essenciais.
Por isso o Seeaconce está promovendo uma campanha contra o assédio moral, ressaltando que a prática constitui crime e incentivando empregadores e empregados a debater o tema e a agir pra valer contra esse terrível mal. Estamos visitando locais de trabalho, levando cartazes, dialogando com as categorias presencialmente, em "lives" e redes sociais.
Com o precioso apoio do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, temos conseguido aumentar a conscientização quanto ao problema e estimular a prevenção, o combate, a denúncia. Precisamos que muito mais pessoas, empresas, gestores privados, governantes se juntem nessa luta, verdadeiramente - não apenas no discurso. E sim com programas sérios e permanentes, prevendo apurações rápidas e punições severas. Contra o assédio moral, precisamos estar juntos para sermos mais fortes.