Ainda faltam três meses para 2024 acabar, mas, seguramente, esse ano já entrou para a história com um dos mais desastrosos na categoria meio ambiente. Queimadas na região Norte e centro-oeste do país, enchentes no Rio Grande do Sul, secas em boa parte do território... todos esses episódios climáticos repercutiram e vem repercutindo muito na vida de milhões de brasileiros.
São Paulo é a metrópole com o pior ar do mundo pelo quinto dia seguido, segundo o índice de qualidade de ar divulgado pela empresa suíça IQAir. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) afirma que essa combinação de poluição, queimadas e tempo seco é inédita desde o início das medições em 1985.
Um estudo realizado pelo MapBiomas revelou que as queimadas no Brasil destruíram, apenas em agosto, uma área equivalente ao território do estado da Paraíba. Como consequência da poluição no ar, o Ministério da Saúde reportou um aumento significativo nas visitas hospitalares devido a problemas respiratórios em todo o país. No Mato Grosso do Sul mais de quinze mil estudantes estão sem aulas. A decisão de fechar as escolas foi motivada pela densa fumaça que tomou conta da região.
O grave momento que o Brasil atravessa impõe às autoridades governamentais a elaboração de planos de emergências eficazes capazes de proteger a Amazônia e o Pantanal dos incêndios identificados. Na verdade, o plano de emergência além de controlar os efeitos dos incêndios já ocorridos, precisa prevenir outros desastres dessa proporção. Uma saída é a identificação e, consequentemente, responsabilização dos autores dessas ações criminosas.
É inegável que há muitos desafios nessa responsabilização. A própria legislação é um deles. A punição e conscientização desses crimes é um gargalo. Hoje, a pena para quem desmata é de dois a quatro anos de prisão. A mesma punição para incêndios florestais. Para garimpo ilegal, a pena é ainda menor: seis meses a um ano de prisão. Não há dúvidas de que a educação, a fiscalização, e uma legislação mais rigorosa são fundamentais para a redução de qualquer ataque ao meio ambiente.
Há de se ressaltar que apesar de cinquenta e dois inquéritos terem sido abertos pela Polícia Federal para apurar a autoria desses crimes, até o momento não se chegou a nenhum suspeito. Enquanto isso, o país assiste - de máscara - as suas chamas.