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Paulo Sérgio Diniz Silva: Suicídio e Setembro Amarelo
Opinião

Paulo Sérgio Diniz Silva: Suicídio e Setembro Amarelo

Mitos como: "falar de suicídio faz acontecer", "quem quer fazer não fala", "quem tentou uma vez não tenta mais", precisam sair do dicionário cultural da sociedade, tendo como consequência, retrocesso no processo de prevenção
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Paulo Sérgio Diniz Silva

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Estamos começando no país, mais uma campanha do Setembro Amarelo (prevenção ao suicídio), com o tema: "se você precisar, peça ajuda". A pauta central deste ano de 2024 destaca a necessidade de acolhimento incondicional, e a total inexistência de qualquer tipo de preconceito para com aquele que busca auxílio para angústias e ou desordens psíquicas de qualquer natureza. Compreendendo essa dinâmica, a eficácia da campanha, passará sem dúvida, por desconstruções morais, religiosas e também de concepções já não aceitas no âmbito da saúde mental, que tanto afetam as estratégias de prevenção ao suicídio, por serem preconceituosas e nem um pouco humanizadas.

O suicídio é um fenômeno multifatorial, suas causas são de uma complexidade extrema, e não pode ser reduzido a um só acontecimento da vida, tanto quantas falas como: é falta de Deus, é falta de fé, só aumentam a distância entre a prevenção do ato e em muito atrapalham a gama de esforços feitos em prol do conhecimento das causas e formas de evitação. É importante refletir que, mitos como: "falar de suicídio faz acontecer", "quem quer fazer não fala", "quem tentou uma vez não tenta mais", precisam sair do dicionário cultural da sociedade, tendo como consequência, retrocesso no processo de prevenção.

Destaca-se aqui, a importância da atenção aos transtornos mentais e seus portadores, como sendo um público merecedor de atenção por parte do sistema de saúde mental e a necessidade de esclarecimentos para toda a sociedade de que um transtorno como a Depressão, é desencadeador do processo suicida, além de ser enfatizada a questão do autoconhecimento como prevenção.

Entende-se também que, o processo imediatista da vida cotidiana, reflete um estado de saúde física e mental adoecedor, requerendo medidas como: exercícios físicos, meditação, alimentação saudável com frutas e verduras, além de se fazer necessário a autoestima elevada e menos rigidez comportamental no que tange ao reconhecimento de si mesmo quanto a estados de fragilidade emocional e psíquica. Lembremo-nos do grande filósofo Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo". n

 

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