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Víctor Costa: A importância de acolher emoções e do diálogo
Opinião

Víctor Costa: A importância de acolher emoções e do diálogo

Uma abordagem essencial é o diálogo aberto e sem julgamentos. É importante que as crianças e adolescentes sintam que podem falar sobre seus sentimentos sem o medo de serem mal compreendidos ou repreendidos
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Víctor Costa. Psicólogo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Víctor Costa. Psicólogo.

O Setembro Amarelo é uma campanha fundamental para a conscientização sobre a prevenção ao suicídio, mas o diálogo sobre emoções e saúde mental deve ser uma prática constante, especialmente com crianças e adolescentes. Este público, em fase de desenvolvimento, enfrenta sentimentos complexos como tristeza e angústia, muitas vezes sem saber como expressá-los. Por isso, educadores, pais e cuidadores desempenham um papel crucial nesse processo.

Uma abordagem essencial é o diálogo aberto e sem julgamentos. É importante que as crianças e adolescentes sintam que podem falar sobre seus sentimentos sem o medo de serem mal compreendidos ou repreendidos. Um dos maiores desafios para os pais é não minimizar essas emoções com frases como "Isso é besteira" ou "Você é muito jovem para estar triste". Essas respostas, embora muitas vezes ditas com a intenção de proteger, podem aumentar o isolamento emocional.

Conversar sobre emoções difíceis exige paciência e sensibilidade. É importante observar sinais como alterações bruscas no comportamento, isolamento social ou quedas no rendimento escolar. Esses podem ser indícios de que algo mais profundo está acontecendo, e, nessas situações, procurar ajuda profissional de psicólogos ou psiquiatras é fundamental.

Aos educadores, a dica é incentivar um ambiente em sala de aula que promova a escuta ativa e o respeito às emoções. A criação de espaços seguros onde os estudantes possam expressar seus sentimentos sem medo de julgamentos é essencial para o desenvolvimento de uma saúde mental mais robusta.

Já para os pais e cuidadores, a orientação é clara: estejam presentes. Escutem, acolham e validem os sentimentos. Demonstrem empatia ao invés de oferecer respostas prontas ou soluções imediatas. Acolher, muitas vezes, significa apenas estar ao lado, mostrando que, independentemente do que se passa, a criança ou o adolescente não está sozinho.

Que o Setembro Amarelo seja um lembrete da importância do cuidado com a saúde mental, mas que a conversa sobre emoções e sentimentos seja uma prática ao longo de todo o ano. O diálogo sincero e o acolhimento podem salvar vidas.

 

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