Logo O POVO+
Luciano Cesário: As urnas falam e o Ceará escuta, nas eleições 2024
Opinião

Luciano Cesário: As urnas falam e o Ceará escuta, nas eleições 2024

O clima de acirramento na campanha de Juazeiro, com o petista tentando associar o adversário ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato à reeleição acusando o oponente de "nacionalizar" a disputa, deve se intensificar até a votação
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Foto do Articulista

Luciano Cesário

É formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Cariri (UFCA). Repórter do O POVO desde abril de 2021.

As eleições municipais deste ano na região do Cariri são decisivas para o redesenho do Poder no Ceará. Do resultado a sair das urnas no próximo domingo, 6 de outubro, dois cenários possíveis: a consolidação da influência eleitoral do ministro Camilo Santana —que assumiu a linha de frente das candidaturas do PT em Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha,— ou o enfraquecimento do grupo que hoje comanda o Governo do Estado, cujo trunfo na eleição passada (2022) é atribuído ao próprio Santana.

O Cariri é berço político do ministro. Em Barbalha, cidade onde iniciou trajetória eleitoral, ele trabalha para reeleger o prefeito Guilherme Saraiva, convertido ao PT por articulação de Camilo, após o racha com o PDT.

No Crato, cidade onde nasceu, o ministro tenta alavancar a candidatura de André Barreto (PT), em desvantagem na pesquisa Atlas Intel/O POVO divulgada no último dia 19 (48% X 41%). Nos últimos dois fins de semana, ele participou da campanha nas ruas ao lado de Barreto e intensificou presença na propaganda do rádio e nas redes sociais, numa clara movimentação em busca da virada nas urnas.

O PT comanda a Prefeitura cratense desde abril de 2020, quando o prefeito Zé Ailton Brasil desembarcou do PP e ingressou na sigla a convite de Camilo para concorrer à reeleição. Manter um nome do partido no cargo é tarefa de casa para o ministro no pleito vindouro. Se o recado das urnas for outro, o prócer tem muito com o que se preocupar.

Em Juazeiro, a disputa é polarizada entre Fernando Santana (PT) e o atual prefeito Glêdson Bezerra (Podemos). O clima de acirramento desde o começo da campanha, com o candidato petista tentando associar o adversário ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato à reeleição acusando o oponente de "nacionalizar" a disputa, deve se intensificar até a votação.

Camilo, o governador Elmano de Freitas (PT) e o líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães (PT), estão empenhados na briga pela Prefeitura da maior cidade do Interior cearense. Por outro lado, Ciro Gomes (PDT), Roberto Cláudio (PDT), Tasso Jereissati (PSDB) e outros nomes da oposição ao governismo tentam transformar Glêdson no primeiro prefeito reeleito na cidade fundada por Padre Cícero.

No meio da corrida pelo voto, o eleitor é o senhor da razão. O recado está a ser dado nas urnas. Independentemente de qual seja, o Ceará inteiro vai escutar com atenção.

 

O que você achou desse conteúdo?