O Instituto Federal do Ceará (IFCE) chegou a um ponto de inflexão. Para onde vamos a partir daqui? A resposta depende da nossa coragem para mudar e da nossa capacidade de colocar as pessoas no centro da gestão.
O IFCE é mais que processos, regras e números; é uma comunidade de docentes, taes e estudantes. Porém, a burocracia e antigos modelos de gestão nos tornaram reféns de sistemas ultrapassados, ignorando o que realmente importa: o cuidado com quem faz a instituição funcionar. O aumento de adoecimentos e afastamentos é um grito de socorro que não pode ser mais ignorado.
Nosso compromisso para a gestão do IFCE no próximo quadriênio é claro: integrar a comunidade educacional e promover o máximo de transparência em todos os processos. Acreditamos que uma instituição só pode prosperar quando cada indivíduo é valorizado, ouvido e incluído na tomada de decisões.
A base da nossa instituição é formada pelos estudantes, que devem encontrar um ambiente acolhedor, estimulante e propício ao aprendizado. Paralelamente, é fundamental valorizar os servidores, garantindo que tenham condições de trabalho adequadas e reconhecimento pelo seu papel essencial no funcionamento da instituição.
Precisamos ter coragem para enfrentar essa realidade e iniciar um diagnóstico profundo. Esse processo deve examinar as relações de trabalho dentro do IFCE, identificar as causas do adoecimento e, sobretudo, propor soluções que cuidem de nossos servidores e servidoras. Não podemos mais aceitar uma gestão que prioriza números em detrimento do bem-estar de sua própria comunidade.
Os desafios de hoje não são os mesmos de quando nossos modelos de gestão foram estabelecidos. Manter padrões antiquados é perpetuar problemas. Precisamos de uma gestão mais humana, menos burocrática, onde o diálogo prevaleça e o cuidado seja a prioridade.
A gestão central também precisa se aproximar dos campi do interior. A desconexão física e simbólica entre a reitoria e essas unidades é evidente. Visitas constantes da reitoria a cada campus são fundamentais, não como gesto simbólico, mas como uma medida prática para abrir diálogo e oferecer respostas às demandas locais. Precisamos ir até os campi, ouvir, dialogar e propor ações concretas que atendam às suas necessidades específicas.
Transformar o IFCE requer que todos tenham voz e participação. A gestão que precisamos é aquela que escuta, que cuida e, acima de tudo, que valoriza as pessoas.