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Eduardo Câmara: Propagandas que viravam ícones da cultura
Opinião

Eduardo Câmara: Propagandas que viravam ícones da cultura

Washington Olivetto viralizou antes mesmo do termo viralizar ganhar popularidade, tornou-se influencer mesmo sem querer aparecer. Seus comerciais formaram as opiniões de gerações
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Eduardo Câmara. Diretor da Ágil Comunicação e presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade do Ceará (ABAP-CE) (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Eduardo Câmara. Diretor da Ágil Comunicação e presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade do Ceará (ABAP-CE)

Às vezes, nasce um diferente, um especial, o que veio para mudar. Esse foi Washington Olivetto, que fez a propaganda brasileira mudar, crescer e aparecer mundialmente, se tornando uma das três mais premiadas do mundo. Se hoje o Brasil é sempre um dos destaques em todos os festivais internacionais de propaganda, o precursor dessa turma foi Washigton Olivetto, ele é o pai da publicidade moderna brasileira.

Aquele que criava ideias tão simples e ao mesmo tempo geniais, que fazia a propaganda de seus clientes saírem das telas e se transformarem em ícones da cultura popular. Aquele que politizou um time de futebol quando criou o termo "democracia corinthiana" e encontrou em seus comerciais espaço para todos: garotos, garotas, idosos, donas de casa, trabalhadores e até os pets.

Washington tinha um jeito simples e genial de identificar uma situação e gerar empatia e identidade com as marcas que criava e promovia. Fez de sua carreira um verdadeiro legado, que jamais será esquecido. Tornou-se relevante internacionalmente sem perder a brasilidade.

Hoje, em um tempo em que o consumidor é bombardeado diariamente por milhares de anúncios que acabam virando paisagem, vale a reflexão: quem não lembra de pelo menos três campanhas do Washington Olivetto, mesmo aquelas que deixaram de ser veiculadas há pelo menos quinze anos? Como esquecer da sensibilidade do primeiro sutiã, ou da versatilidade do garoto Bombril ou, ainda, como a Brastemp virou adjetivo?

Esses são exemplos vivos de que as grandes ideias nunca serão esquecidas. Washington viralizou antes mesmo do termo viralizar ganhar popularidade, tornou-se influencer mesmo sem querer aparecer. Seus comerciais formaram as opiniões de gerações. Até na música, fez parcerias geniais com cantores e compositores da MPB, fazendo com que o nome da sua agência virasse até letra de música: "Alô, alô, W/Brasil".

Esse era o gênio, que fez de seu nome reflexo de criatividade e bom gosto. Obrigado Washington Olivetto por mostrar que boas ideias são sempre o melhor caminho para conquistar relevância, protagonismo e resultados na publicidade.

 

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