Na campanha salarial deste ano grande parte do funcionalismo do Banco do Brasil confirmou o que foi negociado em São Paulo, mas para uma significativa parcela dos empregados do banco estatal, o que foi acordado não convenceu, eclodindo movimentos grevistas nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e do Nordeste.
Não aceitando a proposta já confirmada pelos funcionários de São Paulo e de grande parte do País, os sindicatos da categoria bancária nos estados já mencionados resolveram aderir à rebelião surgida na base do corpo funcional, principalmente em escritórios digitais, e empreenderam movimentos paredistas com o objetivo de reabrir as negociações com o BB que ao longo do movimento se dispôs a dizer apenas que "a proposta já foi aceita".
O movimento teve idas e vindas e fez surgirem aproveitadores que, utilizando-se de táticas bolsonaristas, propagaram o ódio e a desinformação em grupos de WhatsApp, o que veio propiciar a aparição de um bancário que não passou no crivo das eleições municipais deste ano e na greve ganhou notoriedade, arrebanhando simpatizantes e conseguindo alimentar o desconforto dos empregados do BB associados à entidade sindical cearense quando se expôs e atuou em dependências da instituição financeira e nas redes sociais ao lado de bancários descontentes com o acordo coletivo de trabalho fechado pela Contraf-CUT com o patrão BB, produzindo, ao atacar a direção do sindicato da categoria bancária, arranhões no sindicalismo.
A matriz desse imbróglio nasceu na condução da negociação salarial implementada pela presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e seus astecas, que não souberam dar a devida resposta ao patrão, o que irá ensejar a formação de chapas oposicionistas que, nas próximas eleições para atualizar a composição das diretorias dos sindicatos da categoria, visarão apear do poder as atuais direções dessas bases sindicais.
A cura na campanha salarial dos servidores do BB não veio, sendo o Ceará o último ente federativo grevista a deixar a paralisação.