Não é só o período eleitoral brasileiro que coincide com o americano, a cada quatro anos. A exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, o Brasil também possui, desde 2017, um visto de residência permanente para estrangeiros que investem no setor imobiliário do país.
Por lá, o visto EB-5 exige aporte mínimo de US$ 800 mil em empreendimentos nas áreas rurais, ou em locais onde a taxa de desemprego está acima da média, em troca da cidadania americana após o período de cinco anos. Já no Brasil, o visto de investidor imobiliário é concedido a estrangeiros que adquirem imóveis a partir de R$700 mil (nas regiões Norte e Nordeste) ou R$1 milhão (nas demais regiões). O visto de investidor imobiliário brasileiro é bem similar ao Golden Visa Português, uma vez que a presença do investidor no país é flexibilizada, bastando apenas a permanência de 14 dias dele no território nacional, a cada período de dois anos, para manter o status de residente legal.
Segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), nos últimos 14 anos, o Brasil recebeu mais de 262.733 estrangeiros que chegaram para trabalhar ou fazer investimentos no país. Somente em 2024, no Ceará foram aportados mais de R$15 milhões em investimentos imobiliários por estrangeiros, os quais recorrentemente não sabem que podem aplicar para esse tipo de visto permanente.
Por outro lado, em 2022, o número de pedidos de vistos para brasileiros interessados em empreender e residir nos Estados Unidos através do visto EB-5, chegou a 400 inscrições, de acordo com o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS).
Enquanto americanos abrem possibilidades de investimentos em complexos de esqui, campos de golfes e até em projetos aeroespaciais que geram empregos, o Brasil precisa estimular que mais pessoas vindas de fora adquiram imóveis e aproveitem a desvalorização da moeda local em face do dólar. Dessa forma, impulsiona-se a nossa economia com a geração de emprego e renda, podendo promover o bem estar social nas áreas que receberem esses investimentos.