Quando eu era criança, a diretora era uma figura que metia medo. Tipo Bicho-papão, Cuca, Perna Cabeluda, sabe? Se você fosse pra sala da diretoria, tava ferrado! Sinal de que tinha feito algo muito, muito, muito errado! A diretora era aquela pessoa que resolvia as coisas quando nem a professora nem a coordenadora davam jeito. Se fosse diretor, então, aí que o bicho pegava mesmo! Porque os homens não dão carão com carinho como a mãe da gente faz!
Para muitos, o diretor era aquela figura inacessível, que a gente só via o nome na porta e evitava até passar perto.
Na minha vida de professora, lidei com uma dezena de diretores. Uns poucos eram tipo caviar, "nunca vi, eu só ouço falar", perpetuando aquela ideia do passado de "instância máxima de resolução dos problemas escolares".
Aos poucos, a lenda dos diretores foi caindo por terra: tive um que recebia os alunos e pais na porta da escola, com aperto de mão e sorriso no rosto. Uma outra tomava cerveja com os professores e mais uma estava sempre perto dos alunos. Diretores são gente como a gente, afinal!
É um cargo de muita, muita responsabilidade! Euzinha mesmo já disse "Deus me livre!" pra essa função. Já pensou em quantas vidas dependem dessa figura? Já foram chamados de administradores, hoje são gestores. Penso em quantas vezes tiveram que engolir o choro para se mostrarem fortes porque a situação exigia. Em quantas vezes sustentaram o sorriso no rosto se perguntando: alguém quer saber se eu estou bem?
Pois é, meus amigos, esses seres, a quem chamamos de "diretores escolares", também são gente!