O Brasil assistiu, no último dia 13, a um trágico e lamentável episódio na Praça dos Três Poderes: um homem, motivado por ódio e desinformação, lançou um artefato explosivo em direção ao STF e detonou um segundo, que ceifou sua própria vida. Esse ato extremo evidencia a urgente necessidade de fortalecer nossas instituições democráticas e responsabilizar com rigor aqueles que atentam contra elas. Como faríamos isso?
A democracia brasileira tem enfrentado desafios crescentes diante de um cenário de polarização política e fanatismo. O episódio do dia 13 nos remete, inevitavelmente, aos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios que simbolizam os Poderes da República foram invadidos por grupos que buscavam, na violência, destruir as bases do estado democrático de direito. Esses eventos não são casos isolados, mas manifestações de um fenômeno mais amplo e preocupante.
O fanatismo político, muitas vezes fomentado por lideranças irresponsáveis, alimenta um ciclo perigoso de desinformação e radicalização. Redes sociais, frequentemente usadas para disseminar mentiras, amplificam discursos de ódio e criam bolhas que desconectam seus integrantes da realidade. Essa indústria de desinformação é um catalisador para a calcificação de preconceitos, tornando o diálogo impossível e a convivência democrática quase que insustentável.
Enquanto isso, os pilares que sustentam a democracia — o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e a imprensa livre — são alvos constantes de ataques. Questionar a atuação desses Poderes faz parte do jogo democrático, mas é preciso saber diferenciar crítica legítima de discursos que incitam a destruição de nossas bases institucionais.
O Brasil precisa de união para combater esses desafios. Fortalecer as instituições significa garantir que sejam imparciais, eficientes e transparentes. Significa também apoiar políticas de combate ao ódio e ao extremismo, punir crimes contra o estado democrático de direito e investir na educação política da população, para que todos compreendam o valor da democracia e dos direitos fundamentais.
Cabe à sociedade, aos governantes e à mídia agir de forma incisiva para estancar esse ciclo de ódio e violência. Não podemos permitir que episódios como o do dia 13 — ou como aquele 8 de janeiro — se tornem efeito contágio e leve outras pessoas a fazer o mesmo. O Brasil é maior que o extremismo. Nossa democracia, imperfeita, mas viva, merece ser protegida de todos os que buscam subvertê-la.