Na minha percepção, somos uma geração sonhadora que deixou de ver o mercado de trabalho como o único caminho para o sucesso profissional e pessoal. Crescemos como filhos de pais que tiveram seus sonhos interrompidos precocemente pela necessidade de trabalhar desde cedo e, muitas vezes, em ambientes onde a presença dos responsáveis era limitada devido à dedicação excessiva à vida profissional. Hoje, buscamos qualidade de vida.
As lideranças das gerações anteriores costumam ser marcadas pelo excesso de trabalho, pela permanência prolongada em uma mesma organização e pela dificuldade em separar a vida pessoal da profissional. Quem nunca notou um pai ou tio sempre atendendo telefonemas fora do horário de expediente, vivendo constantemente preocupado ou estressado com a carga excessiva de tarefas durante a semana?
A Geração Z, por outro lado, não deseja viver dessa forma. Buscamos posições que estejam alinhadas com nossos interesses e valores, valorizamos o trabalho em equipe, o reconhecimento, a diversidade e defendemos a igualdade no ambiente profissional.
Um dos grandes desafios que enfrentamos é o relacionamento interpessoal. Sentimos a necessidade de sermos ouvidos, apoiados e orientados, enquanto as gerações anteriores frequentemente esperam a "dedicação exclusiva" dos colaboradores, desconsiderando questões importantes como assédio moral e saúde mental. Muitas vezes, as lideranças se refugiam em um papel "estratégico", deixando suas equipes sobrecarregadas e desamparadas, o que também explica o desinteresse da Geração Z por cargos de liderança.
É essencial que as empresas promovam discussões mais frequentes sobre o choque de gerações, ofereçam treinamentos e alinhem suas necessidades aos interesses dos colaboradores durante o processo de seleção. Isso pode contribuir para o fortalecimento da diversidade em todas as suas formas. Juntos, somos mais fortes e seremos capazes de construir um futuro ainda melhor para as próximas gerações.